A equipe de robótica da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) participa, entre os dias 6 e 10 de julho, da 26ª edição do RoboCup – maior evento de robótica e inteligência artificial do mundo -, que acontece neste ano em Bordeaux, na França. Durante sete dias de competição, dois mil robôs de 45 países competem pelo mais alto lugar no pódio.
Ao todo, a Rinobot Team conta com mais de 50 integrantes. Desses, seis são da categoria autorizada a competir na RoboCup. Para a viagem, foram cinco alunos e uma professora orientadora da equipe, além de um professor e uma aluna da equipe parceira, Jaguar, de Volta Redonda.
De acordo com o capitão da equipe, Félix Miranda, o objetivo do evento é “compartilhar conhecimento, destacar as últimas inovações e promover o progresso técnico e científico na área”. Paralelamente à competição, a programação conta com simpósios de pesquisa com especialistas ligados à robótica e à inteligência artificial, bem como fóruns de discussão e pesquisas.
A Rinobot compete na categoria Standard Platform League (SPL), ou seja, uma liga com plataforma padrão, onde todos os robôs têm o mesmo hardware. O objetivo, portanto, é o desenvolvimento do software. “Com isso, a gente cria um ambiente onde todos têm a mesma capacidade de hardware, mas quem tem o melhor software leva a melhor”, explica Félix. Ele conta ainda que, na categoria SPL, “os robôs são autônomos, o que quer dizer que não há qualquer interferência humana nas atividades durante a disputa”.
Objetivo principal: fazer gol nos alemães
Os robôs utilizados nessa categoria não são fabricados pela equipe. Segundo o capitão da Rinobot, os robôs são produzidos e disponibilizados pela empresa SoftBank, antiga Aldebaran. “Eles vêm com um hardware padrão de fábrica, no qual nós conseguimos implementar nosso código e algoritmo.”
Os alunos e membros da equipe são, então, responsáveis pela programação dos robôs que disputam uma partida de futebol com cinco jogadores, sendo quatro de linha e um no gol. “Para isso, a equipe conta com um setor que desenvolve atividades direcionadas para esse objetivo, como visão computacional, estratégia e controle. O robô precisa entender onde está a bola, enxergar o gol, entender quem é amigo e quem é inimigo, e fazer o gol”, explica Félix. Como em qualquer partida de futebol, vence quem fizer mais gols.
Perguntado sobre as expectativas para a competição, que envolve 45 países, Félix disse que espera, ao jogar as partidas, “receber o ‘feedback’ das equipes mais experientes para poder seguir com o trabalho”. Com bom humor, ele disse que fazer um gol na equipe alemã, considerada a melhor do mundo, também é um dos objetivos da Rinobot.
No final, o que vale mesmo para os estudantes é o aprendizado adquirido na experiência internacional, para crescerem como equipe e potencializar a formação de um time apto a disseminar conhecimento sobre inovação tecnológica e cultura robótica. “Teremos contato com os maiores e melhores nomes do mundo no assunto robótica e inteligência artificial. Além disso, é a nossa chance de mostrar nosso trabalho e também poder colher conhecimento para poder traçar novas metas, superar barreiras e avançar no desenvolvimento da nossa tecnologia”, completa Félix.
Oportunidade de participação e custeio
Esta é a segunda vez que a Rinobot participa da RoboCup. A primeira vez foi em 2018, quando o evento aconteceu no Canadá. Agora, a oportunidade para a equipe ir novamente à competição surgiu após presença na maior feira de tecnologia, inovação, ciências e empreendedorismo do Brasil, a Campus Party, que aconteceu no fim de 2022.
“Neste evento, fizemos algumas partidas em amistoso e demonstração de robôs para o público, juntamente com a equipe Jaguar, do Instituto Federal de Volta Redonda. Durante esses dias, percebemos o desejo em comum de participar da RoboCup e evoluir no nosso trabalho. Então, nós, da equipe Rinobot e Jaguar, nos unimos e trabalhamos como uma equipe mista, em conjunto, para desenvolver e evoluir nossos códigos, e fazer com que essa viagem e a participação no evento fosse possível”, disse Esthefany Nascimento, gerente de marketing da Rinobot.
Como os custos de viagem para a Europa são elevados, a Rinobot contou com o apoio do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt-UFJF) para viabilizar recursos para a viagem. Além disso, a equipe também buscou parcerias com empresas privadas para a inscrição no evento.