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Detidos suspeitos de assalto a residências no Centro e Bom Pastor

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Colaboraram Michele Meireles e Vívia Lima

Dois homens, de 24 e 32 anos, e uma adolescente, 17, foram detidos suspeitos de terem cometidos dois crimes contra residências, na Avenida Rio Branco, no Bairro Bom Pastor, e na Rua Batista de Oliveira, no Centro da cidade, na tarde e noite de quarta-feira (5). Uma quarta envolvida está foragida. O trio foi pego em um motel no Bairro Cruzeiro do Sul. Segundo informações repassadas pela Polícia Militar, o grupo seria de São Paulo e já estaria na cidade desde terça-feira. A captura foi realizada por volta das 13h desta quinta-feira (6), por militares da 32ª Companhia da PM, dezessete horas após o último crime.

As invasões aos apartamentos, localizados em áreas movimentadas da cidade, levaram pânico aos moradores e funcionários dos edifícios. A primeira ação, ocorrida na Avenida Rio Branco, foi frustrada depois de ser percebida pelo porteiro do edifício por meio das câmeras de vigilância. Ele desligou o elevador e acionou a PM, ocasionando a fuga do casal de ladrões, que havia rendido uma doméstica, 51, com arma de fogo. Já na Batista, a moradora, 60, teve a porta arrombada e foi feita refém por dois criminosos, enquanto duas mulheres permaneceram no térreo vigiando o local e mantendo a portaria aberta. A presença de pessoas do sexo feminino nas ações criminosas chama a atenção nos dois casos, ocorridos em um intervalo de apenas seis horas.

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O apartamento invadido na Batista fica no terceiro andar de um prédio situado entre as ruas São João e Halfeld. A funcionária pública moradora do local estava em casa, por volta das 19h, quando ouviu um barulho, sendo surpreendida pelo arrombamento da porta da cozinha, seguido da entrada de dois bandidos. Um deles portava arma de fogo e exigia que a vítima falasse onde estavam as joias, enquanto ameaçava esquartejá-la, caso mentisse. Ainda mediante ameaças, o ladrão questionou sobre o cofre, mas a moradora afirmou não possuir o equipamento. Ambos os assaltantes usavam conjuntos de moletom. O criminoso armado chegou a perguntar sobre um antigo morador.

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A dupla revirou o imóvel em busca de objetos de valor e fugiu levando um par de brincos e um pingente de ouro, um relógio, R$ 100 em dinheiro, além de documentos e cartões bancários. Antes da fuga, os ladrões mandaram a mulher ir para o banheiro.

Enquanto os assaltantes vasculhavam o apartamento, duas mulheres, que seriam comparsas deles e ficaram na portaria do edifício, deram desculpas diferentes aos moradores que entravam e saíam, evitando que fechassem a porta. Elas chegaram a colocar algodão com esparadrapo na estrutura para manter o local aberto e diziam que estavam esperando uma amiga ou seus namorados. O prédio não possui sistema de monitoramento.

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Porteiro em alerta

Já na Rio Branco, foram as câmeras e a ação do porteiro que ajudaram a frustrar a ação criminosa. Para conseguir entrar no prédio, o casal agiu de forma premeditada e ligou para o apartamento do oitavo andar procurando pela proprietária, sob a alegação de que ela precisaria assinar um documento. Do outro lado da linha, a mulher ainda disse à funcionária que precisava confirmar o número do edifício. A doméstica chegou a dizer que o material poderia ser deixado com o porteiro, mas a criminosa insistiu que o recebimento precisava ser assinado por ela ou pela moradora.

Pouco tempo depois, o casal chegou à portaria, e a funcionária foi avisada pelo interfone, descendo em seguida para receber a dupla no elevador de serviço, na garagem. A mulher acabou sendo rendida pelo bandido com uma arma semelhante a pistola e levada para o apartamento. Nesse instante, o porteiro percebeu pelas imagens de segurança que o homem estava armado e desligou o elevador, acionando também a polícia. O funcionário aguardou a chegada da PM na calçada, mas o casal conseguiu fugir antes.

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A doméstica contou aos militares que os criminosos perguntaram pelo cofre e acessaram a cozinha e a sala do apartamento, mas logo em seguida o bandido saiu correndo, deixando a comparsa para trás e passando pela portaria. A ladra ainda realizou uma ligação dizendo que o homem a havia largado e desceu em seguida, saindo pela garagem. A dupla embarcou em um Ford Ka vermelho modelo novo.

De acordo com a PM, por meio das informações do Ford Ka utilizado nas duas ações, foram iniciadas buscas, pois já se sabia que possivelmente o bando estaria abrigado em um motel da região Sul. Durante as diligências, o trio foi capturado. Pouco antes da chegada dos policiais ao motel, a suspeita, que teria agido junto aos três, havia saído para fazer compras e não retornou.

Durante toda a tarde desta quinta, policiais fizeram buscas, no entanto, até o fechamento desta edição, ela não havia sido localizada. Com o trio foram encontrados uma pistola 9mm, quatorze munições de mesmo calibre, três celulares e uma balança de precisão.

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Os homens presos foram reconhecidos pelas vítimas e levados para a 1ª Delegacia Regional em Santa Terezinha, para onde também a encaminhada a adolescente apreendida. A PM acredita que o grupo estaria na cidade com a intenção de praticar diversos delitos, envolvendo residências na região central.

‘As imagens são de grande valia para a polícia’, diz delegado de Roubos

O titular da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Rafael Gomes de Oliveira, destaca a importância das câmeras de segurança para ajudar na identificação de assaltantes. “Muitos prédios possuem monitoramento por câmeras, mas em alguns casos os equipamentos são de péssima qualidade ou não armazenam os dados. As imagens são de grande valia para a polícia poder identificar esses indivíduos.”

Ele avaliou que o uso de mulheres por quadrilhas especializadas nesse tipo de crime é frequente, pois usam artifícios para chamarem menos atenção. “É muito comum nesse tipo de modalidade o uso de pessoas do sexo feminino, bem vestidas e com boa conversa. Depois chega outra pessoa e pratica o crime.”

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O titular da Especializada de Roubos acrescentou que os moradores devem orientar os funcionários a não autorizar a entrada de entregadores e afins sem a confirmação do proprietário. “Também costumam ligar antes para a casa da vítima para angariar dados que podem ser utilizados depois. Conseguem os números de telefone no próprio catálogo, não é difícil. Por isso é importante não fornecer nenhuma informação, como nome dos moradores e local de trabalho, porque esses dados podem ser usados até na portaria para possibilitar a entrada.” Uma vez rendido, a orientação é manter a calma e não reagir.

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