Um técnico de enfermagem, de 46 anos, foi esfaqueado na nuca por um jovem, 20, enquanto realizava um atendimento no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), no Bairro Granbery, Região Central de Juiz de Fora. O suspeito acompanhava a avó, internada na unidade de saúde, quando teria se desentendido com o profissional. A ocorrência foi registrada na tarde de terça-feira (5) pela Polícia Militar.
De acordo com informações da corporação, o jovem teria solicitado ao técnico de enfermagem um serviço para a avó, mas não teria gostado da forma que foi tratado pela vítima. Os dois se desentenderam e, com uma faca de cozinha com cabo de madeira e a ponta quebrada, o suspeito teria atingido a vítima na nuca.
O autor chegou a ser perseguido por funcionários do hospital, mas conseguiu fugir, sendo localizado e abordado, entretanto, por policiais na Rua Batista de Oliveira, no Centro. O suspeito foi preso e encaminhado à delegacia, onde foi ouvido e liberado em seguida.
Já a vítima, ainda conforme a PM, recebeu atendimento médico após o ocorrido. Foi constatado um corte superficial na região atingida pela faca.
Em nota encaminhada à Tribuna, o Hospital São Vicente de Paulo complementou as informações repassadas pela PM, relatando que o suspeito estava “visivelmente agitado” ao desferir a facada no profissional. De acordo com a unidade de saúde, a vítima foi atendida imediatamente no próprio hospital, que tomou as medidas necessárias para sua recuperação.
“Estamos colaborando plenamente com as autoridades competentes para esclarecer os fatos e garantir a segurança e bem-estar de nossos pacientes e funcionários”, destaca a nota.
Sindicato afirma que vai cobrar maior segurança
De acordo com o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Juiz de Fora, Anderson Stehling, a categoria se reuniu na tarde desta quarta-feira (6) com a direção do hospital, e deve buscar se encontrar também com o sindicato patronal, com o intuito de discutir medidas para maior segurança dos profissionais de saúde. O representante da entidade informou que a ideia é requisitar maior controle nas portarias dos hospitais, com cadastros mais detalhados sobre os acompanhantes e, se possível, revista pessoal.
“Nós temos convivido há anos com essa insegurança de trabalhar em hospital. Somos heróis, mas todo mundo que chega alterado quer bater nos enfermeiros, nos técnicos e demais profissionais”, diz.
Stehling informou que, no momento da agressão, o técnico de enfermagem teria acatado ao pedido da paciente, sem que houvesse arrogância de sua parte. Quando foi realizar o serviço, o profissional foi surpreendido pelo autor, mas conseguiu segurá-lo, evitando riscos maiores.
“Acredito que a saída é usar detector de metal e fazer uma fiscalização mais atenta. Infelizmente isso aconteceu, mas graças a Deus o profissional não faleceu, mas poderia ter sido contra um paciente ou qualquer outro profissional, o que cria insegurança.”