Atualizada às 16h41
O homem de 59 anos suspeito de atacar o próprio cunhado, 53, com 11 facadas, no último domingo (3), foi preso pela Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (6), no Centro. De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Homicídios, Rodrigo Rolli, ele já estava sendo procurado, por meio de mandado de prisão expedido pela Justiça, e se apresentou na sede da TV Alterosa, na Rua Rei Alberto. “Ontem ele conseguiu evadir da nossa equipe. Estava com medo e hoje pediu que a imprensa acompanhasse a sua entrega à polícia”, explicou o delegado, acrescentando que o homem já seria encaminhado ao Ceresp.
O corretor de imóveis alvo da tentativa de assassinato foi atacado pelo suspeito dentro de sua própria casa, no Bairro Santos Dumont, na Cidade Alta, e ficou gravemente ferido. De acordo com a assessoria de comunicação do Hospital Monte Sinai, ontem o paciente seguia internado no CTI, lúcido, estável e com quadro de saúde regular.
O delegado já colheu o depoimento de parentes dos envolvidos e aguarda o laudo de corpo de delito da vítima para concluir o inquérito de tentativa de homicídio.
O suspeito teria praticado o crime por estar inconformado com o término do relacionamento com a irmã do corretor. “Ele tem um histórico de violência doméstica desde 2010, com umas nove ocorrências de ameaça e lesão corporal. No domingo, ele chegou a ir até a casa da ex-mulher, mas ela não estava. Então, ele foi até a residência do cunhado. Os dois discutiram, ele pegou uma faca e partiu para cima da vítima. Só não matou porque uma testemunha conseguiu segurar sua mão com a faca”, explicou Rolli. Ele destacou a apuração rápida da tentativa de assassinato.
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Surpresa na emissora de TV
A repórter e produtora da TV Alterosa Juliana Zoet foi quem recebeu o suspeito na recepção da emissora. “Ele começou a falar de forma confusa, mas, quando disse que havia dado 11 facadas no cunhado, lembrei do caso. Busquei a ocorrência, e o nome dele era o mesmo do suspeito. Ele contou que estava escondido até hoje, mas vinha sendo ameaçado e queria que a gente acompanhasse a entrega dele à polícia para ter mais segurança. Deixei claro que iria ligar para a Polícia Civil. O delegado Rodrigo Rolli informou que havia mandado de prisão em aberto contra ele e, rapidamente, mandou uma equipe.”
Juliana acrescentou que, apesar de ter sido um fato inusitado, outros suspeitos de crimes já pediram a presença da TV em ocasiões semelhantes, como uma vez em que a equipe compareceu à delegacia para acompanhar a apresentação de uma pessoa suspeita de assassinato à polícia. “Tivemos um certo receio em recebê-lo, mas vimos que estava tranquilo e queria mesmo se entregar. É interessante ver como nosso trabalho ajudou a fazer com que fosse preso, de forma justa e dentro da lei. A sensação é de dever cumprido.”