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Pesquisa do Critt debate produção de combustível sustentável para aviões

CRITT2 Transamerica
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O Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está desenvolvendo uma pesquisa, a partir de uma demanda do Ministério de Portos e Aeroportos do Governo federal, para elaboração de políticas públicas para produção de combustível sustentável de aviação no Brasil. O projeto foi apresentado na 28ª sessão da Conferência das Partes (COP28) da Organização das Nações Unidas (ONU), durante painel organizado pelo Ministério de Minas e Energia para discutir um projeto de lei sobre “Combustíveis do Futuro”. Em entrevista à Rádio Transamérica na manhã desta terça-feira (5), o diretor do Critt, Fabrício Campos, detalhou a iniciativa que acontece em parceria entre seis universidades.

De acordo com Campos, o projeto está sendo desenvolvido por meio de uma rede englobando 15 pesquisadores. Além da UFJF, as universidades federais de Minas Gerais, do Rio Grande do Norte, de Goiás, de Viçosa, de São João del-Rei e da Bahia também fazem parte da iniciativa. O estudo contou com etapas de visitação a diferentes entidades para coleta de informações, como produtoras de matéria-prima, refinadoras de combustível e aeroportos do Brasil e de outros países.

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“O Brasil, apesar de ser um potencial produtor desse tipo de combustível, uma vez que tem produção de biomassa para isso, ainda não tem legislações específicas e regulamentação”, explica. “Estamos organizando esses estudos que buscam apoiar o nosso país na regulamentação adequada, para que a gente possa impulsionar, de fato, o uso desse novo tipo de combustível por meio dos aviões, que naturalmente tem um impacto, com uma expectativa de redução da emissão dos gases de efeito estufa.”

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Conforme o diretor do Critt, o setor da aviação é responsável por cerca de 2% a 3% da emissão de gases do efeito estufa. As regulamentações em desenvolvimento trazem obrigações de redução de emissão de gás de efeito estufa por parte do setor aéreo em 1% em 2027, índice que deve crescer para 10% de redução até 2037.

“A expectativa é que, uma vez colocadas essas obrigações, a gente tenha o setor produtivo com a sinalização de demanda e, a partir dessa sinalização, a implantação de algumas cadeias produtivas que envolvam desde a biomassa às questões de logística e refino”, diz. “O combustível tem que chegar efetivamente ao aeroporto para que ele esteja disponível na asa do avião.”

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Apresentação na COP28

O projeto em desenvolvimento pelo Critt foi apresentado na COP28, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023. A conferência visa a discutir questões climáticas e, nesta edição, o Ministério de Minas e Energia organizou um painel para apresentar o projeto de lei chamado “Combustíveis do Futuro”, em desenvolvimento atualmente no Brasil.

Os Emirados Árabes possuem uma das maiores reservas de petróleo do mundo. Conforme o diretor do Critt, isso ressalta a importância das discussões sobre combustíveis sustentáveis ocorrerem na região, considerando que há preocupações em relação ao petróleo ser uma fonte limitada.

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“A minha percepção, como Fabrício, é que impactar nessa região de fato gera a expectativa de um futuro onde o uso do petróleo seja mais consciente”, aponta. “Se você se antecipa e cria novas fontes de energia, você está resolvendo vários problemas: a redução do combustível que mais emite gás de efeito estufa e também a oportunidade de fomentar as novas fontes de energia e, dentro delas, os biocombustíveis.”

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