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CPI das Gangues ouve estudantes sobre violência

camara Adriano CMJF
Foto: Adriano/CMJF
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Quatorze estudantes, com idades entre 13 e 16 anos, oriundos de escolas públicas, foram ouvidos, na manhã desta quinta-feira (5), por integrantes da CPI das Gangues, instalada pela Câmara Municipal, com o objetivo de investigar os recorrentes casos de violência envolvendo gangues e rivalidade de bairros em Juiz de Fora. O encontro com os adolescentes aconteceu entre 9h e meio-dia e foi aberto ao público. De acordo com a vereadora Ana Rossignoli (PMDB), que atua como presidente da CPI, a conversa foi muito positiva, uma vez que os alunos puderam apontar quais seriam, na visão deles, as causas que levam à formação das gangues nos bairros onde moram. Além disso, a comissão buscou saber como é a realidade das escolas onde esses adolescentes estudam, já que, essas instituições lidam, diariamente, com essa situação.

“O objetivo é, por meio desse relatório que será produzido pela CPI, sugerir políticas públicas e projetos sociais, tentar diagnosticar as falhas e tentar descobrir de onde está partindo essas carências, pois há quem acuse a família, outros a escola e aqueles que acusam o Poder Público. É preciso saber onde está a maior falha e tentar implementar ações para saná-la, já que serão voltadas para que essas gangues não se empoderem e sejam atrativas para os jovens”, ressalta Ana.

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Durante a conversa com os alunos, a CPI confirmou que não é necessário apenas remediar e que o problema deve ser tratado na raiz. “O foco deve ser o preventivo, pois é mais difícil tratar o jovem que já está envolvido. Então, é necessário buscar meios para evitar que sejam aliciados por essas gangues. A maior dificuldade que percebemos é que, muitas vezes, a escola fica com essa responsabilidade sozinha, porque está faltando a estrutura familiar, o convívio entre as pessoas de bairros diferentes. É preciso pensar em projetos nos quais os jovens possam estar juntos e interagindo de forma comum”, considera a vereadora.

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Os bairros onde os estudantes participantes do encontro moram não foram citados como forma de deixá-los mais à vontade e não criar constrangimentos junto aos outros presentes. Além deles, fizeram parte da conversa seis professores das escolas estaduais Estêvão de Oliveira, Cândido Motta Filho, do Senai e uma da rede particular. “Ao final, sugerimos que se façam outros encontros com os estudantes para debater o tema, pois foi muito produtivo. Foi importante ouvi-los falar, saber o que estão sentindo, o tipo de pressão que vivenciam nos seus bairros e escolas”, destacou a presidente da CPI, que acrescentou que o debate é mais uma etapa para a conclusão do relatório, que deve ser finalizado até o final deste mês, para posterior apresentação à sociedade. “Estamos em vias de término e temos ainda que buscar, junto às polícias Militar e Civil, quais os índices das ocorrências relativas às gangues, nos últimos tempos, para inseri-lo no documento.” Além de Ana Rossignoli, participaram do debate os vereadores Charlles Evangelista (PP), Júlio Obama Jr. (PHS), Marlon Siqueira (PMDB), Sheila Oliveira (PTC) e Antônio Aguiar (PMDB).

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