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PJF vai reeditar decreto para permitir abertura de lojas em galerias e shoppings

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A Prefeitura de Juiz de Fora irá reeditar o Decreto 13.959, após o Governo de Minas Gerais autorizar a abertura de lojas que funcionam em shopping centers e galerias comerciais nas cidades que aderiram ao Minas Consciente. As novas diretrizes foram publicadas no portal do programa nesta quinta-feira (4). No entanto, só será permitida a retomada das atividades comerciais que estiverem inseridas nas ondas atuais de cada macrorregião de saúde. Como Juiz de Fora se encontra na onda verde do programa, que permite apenas o funcionamento de atividades essenciais, apenas lojas que prestam esse tipo de serviço poderão ser reabertas.

Para que os estabelecimentos possam voltar a funcionar em Juiz de Fora, é necessário que o Executivo faça alterações no decreto, por meio das quais serão estabelecidos a data e os horários para que os lojistas voltem a abrir as portas. A informação foi confirmada à Tribuna pelo secretário de Comunicação da Prefeitura de Juiz de Fora, Ricardo Miranda. Ainda segundo ele, a PJF será rigorosa quanto à fiscalização, “para que todos os protocolos sanitários sejam cumpridos”. Ainda não há uma data de publicação do novo decreto.

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Conforme preveem as regras, o funcionamento dos shoppings e galerias deverá ocorrer em horário reduzido, de meio-dia às 20h. O projeto determina que ocorra o controle do fluxo de entrada, seguindo o cálculo de uma pessoa para cada dois metros quadrados na área livre do shopping (o cálculo exclui as áreas livres de lojas abertas e quiosques). Ao atingir a quantidade máxima do estabelecimento, só poderá entrar o mesmo número de pessoas que saírem. Além disso, as medidas estabelecem limitação de vagas nos estacionamentos, seguindo a proporção de um terço de sua capacidade.

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Os shoppings deverão aferir a temperatura de clientes e colaboradores antes de ingressarem no espaço, utilizando termômetros sem contato com o corpo. Pessoas que estiverem com a temperatura acima de 37,2º e/ou mostrar sintomas de gripe/resfriado serão orientadas a buscar atendimento médico. Neste último caso, os acompanhantes também não terão entrada permitida.

O documento estadual ainda prevê a disponibilização de álcool em gel 70% para higienização das mãos, sendo obrigatório na entrada. Uso de máscaras também será obrigatório para clientes, funcionários e lojistas, não podendo os mesmos adentrarem nos espaços caso não estejam utilizando o equipamento de proteção individual.

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Operação está restrita desde publicação de norma municipal, em março (Foto: Fernando Priamo)

Entretenimento

Serviços de entretenimento que possam estimular grandes aglomerações ou compartilhamento de itens permanecem impedidos de funcionar. É o caso de cinemas, teatros, áreas kids e lounges, eventos em geral, aluguel ou empréstimo de carrinhos de bebê e carrinhos de compra com cadeirinhas de bebê e criança, além de serviços de valet (manobrista).

Restaurantes e praças de alimentação estão livres para o funcionamento, desde que sigam protocolo específico para esses estabelecimentos. Todas as regras para retomada do funcionamento de shoppings e galerias estão disponíveis no site do Minas Consciente.

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‘Protocolos rígidos’

As mudanças em relação ao funcionamento dos shoppings também foram anunciadas durante coletiva de imprensa do Governo estadual nesta quinta. De acordo com o secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, os shoppings e galerias deixam de ser “zonas proibidas” dentro do Minas Consciente.

O representante da pasta destacou que as lojas que poderão funcionar devem seguir a mesma onda das cidades no programa. “Se o município está na onda verde, os shoppings e as lojas poderão funcionar seguindo os limites dos segmentos da onda verde. O município que estiver na onda branca, as lojas do shopping que poderão funcionar são dos segmentos que estão na onda verde e na onda branca, e assim sucessivamente”, exemplifica. “Os protocolos de shoppings serão bastante rígidos para que o cidadão tenha uma experiência de consumo segura e responsável.”

Ainda conforme o secretário adjunto, até então, 110 municípios aderiram ao Minas Consciente, impactando uma população de três milhões de habitantes. “Esse programa tem tido uma boa adesão. Isso tem sido muito importante para que tenhamos uma ação coordenada entre os municípios, ressaltando sempre que a decisão pela adesão passa sempre pelo prefeito.”

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Além dos shoppings centers e galerias, durante a coletiva foram anunciadas também mudanças em relação ao funcionamento de salões de beleza. Esses estabelecimentos deixam de ser da onda vermelha e passam a ser da onda amarela.

Entidades divergem sobre avanço das atividades em JF

Para o Sindicato do Comércio de Juiz de Fora, a abertura dos estabelecimentos já considerados essenciais em galerias e centros comerciais é excelente. No entanto, a entidade vê com preocupação o retorno de tais atividades tratando-se dos shoppings centers. “Em centros comerciais e galerias, eu não vejo menor problema, uma vez que não têm grandes estruturas para operar e funcionar uma cafeteria ou restaurante, por exemplo. Agora, em um shopping, acredito que diante de tamanha estrutura, não seja rentável abrir as portas e nem que estes locais receberão um grande quantitativo de cidadãos”, afirmou Rubens de Andrade Neto, advogado do Sindicomércio de Juiz de Fora.

Para que as atividades econômicas na cidade tenham avanço, o advogado acredita ser essencial que o Poder Público atue em conjunto com a iniciativa privada. “Nós podemos auxiliar na questão da testagem. É preciso avaliar o número de leitos de UTI também em hospitais particulares. Podemos contribuir com o município para que possamos fazer adequações e uma ação coordenada com demais setores, a fim de diminuir a propagação da doença. Diminuindo esses indicadores, iremos avançar mais rápido, combatendo a pandemia de forma conjunta.”

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Contraponto

Por outro lado, a Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACEJF) vibra com a ampliação da reabertura dos estabelecimentos tidos como essenciais. Entretanto, a entidade ponderou que a medida foi tomada de forma tardia. De acordo com o vice-presidente da ACEJF, Guilherme Duarte, tais medidas de flexibilização precisam acontecer, pois o “comércio não aguenta mais”. “A gente vibra, fica feliz, mas lamentamos que tenha vindo um pouco tarde. Os comerciantes não têm mais condições de segurar com seu capital de giro paralisado. A gordura reserva que os pequenos e médios empresários tinham, eles não têm mais. O isolamento sempre vai empurrando o pico da doença para o mês seguinte. Como as atividades econômicas vão esperar esse pico, se ele nunca passa?”, questionou.

À Tribuna, o vice-presidente da Associação Comercial garantiu que a entidade é favorável que Juiz de Fora deixe de integrar o Minas Consciente, uma vez que, em sua visão, caso assim fosse, a cidade estaria mais avançada e não dependeria de dados relativos aos municípios vizinhos. “Acredito que as outras cidades que integram a macrorregião de Juiz de Fora impeçam a cidade de mudar de onda. Essas outras cidades dificultam o avanço do comércio, e talvez, poderíamos ter condições de avançar para outras atividades ou, até mesmo, estar na onda branca (que inclui serviços de baixo risco).”

O integrante da ACEJF ainda disse que “o isolamento tem sido apenas das atividades econômicas e não das pessoas”. “Estive no Centro de Juiz de Fora ontem (quarta-feira), e a rua está lotada. Ou seja: da forma como tem sido, apenas o setor produtivo tem sido isolado, mas as pessoas permanecem nas ruas e, por isso, devemos repensar esse formato”, ponderou.

Serviços de entretenimento que possam estimular grandes aglomerações ou compartilhamento de itens permanecem impedidos de funcionar (Foto: Fernando Priamo)

Estabelecimentos já se preparam para reabertura

Com a ampliação apresentada pelo Governo estadual nesta quinta-feira, centros comerciais e shoppings já estão se preparando a fim de se adequar às exigências para que algumas de suas lojas sejam reabertas. O Independência Shopping, localizado no Bairro Cascatinha, na Zona Sul, garantiu que tão logo o decreto municipal confirme a diretriz do Minas Consciente, “shopping reabrirá com um cuidado ainda maior, seguindo as recomendações de segurança e higiene das autoridades de saúde e dos poderes públicos, além dos protocolos estabelecidos pela rede brMalls, para seus shoppings em todo país”, afirmou, em nota. Ainda conforme a assessoria da unidade, a descrição de todas as medidas adotadas será disponibilizada assim que o Poder Público municipal se pronunciar ou publicar decreto consonante com o anunciado pelo Governo estadual.

Já o Mister Shopping, que fica no Centro de Juiz de Fora, informou que está atualmente com operação restrita às clínicas médicas, com funcionamento em horários especiais, e clínicas odontológicas, com atendimento às urgências e emergências, “ambos setores seguindo as recomendações do Ministério da Saúde e as liberações dos órgãos competentes.” Ainda conforme a unidade, o fluxo de entrada está sendo limitado, liberando-se uma pessoa por vez, e com obrigatoriedade do uso de máscaras, higienização das mãos com álcool em gel e identificação do local de destino. “Foram instalados tótens com álcool em gel nas portarias que são acionados pelos pés (sem contato das mãos com os dispensers). Os elevadores estão sendo limitados. Os objetos de contato como maçanetas, corrimãos e botões dos elevadores estão sendo higienizados a cada três horas, e os degraus das escadas rolantes estão na proporção de 3 para 1 (3 degraus inoperantes a cada 1 operante)”, disse o shopping, em nota enviada à Tribuna.

Ainda conforme o Mister Shopping, os funcionários também estão seguindo padrões de segurança, utilizando máscaras e realizando higienização das mãos. Houve adequações, inclusive, no estacionamento. “Nos preparamos com antecedência para o momento da liberação da reabertura, mesmo com a indefinição de prazo ou protocolos. Com isso, todos os cuidados já divulgados foram providenciados, como a compra de termômetros, álcool em gel e desinfetantes especiais. Como a onda verde inclui nossas lojas de alimentação, ótica e lojas de cosméticos e perfumaria, a reabertura seguirá o protocolo já divulgado pelo programa “Minas Consciente”.

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