Ícone do site Tribuna de Minas

JF quer incentivar produção de biodiesel e bioquerosene

romulo capa priamo

(Foto: Fernando Priamo)

romulo priamo
Secretário Rômulo Viega disse que o objetivo é apresentar um projeto em três meses (Foto: Fernando Priamo)
PUBLICIDADE

Juiz de Fora deverá ser a primeira cidade do país a desenvolver uma cadeia integrada para produzir biodiesel e bioquerosene. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (4), e será tema de um ciclo de palestras promovido nesta terça (5), data em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente. A ideia é usar uma tecnologia britânica para transformar material orgânico em combustível, tendo como base o lodo orgânico, resultado do processo de despoluição do esgoto do Rio Paraibuna, além de reutilização de uma fração do lixo produzido no município e de óleos vegetais extraídos em espécies nativas da Mata Atlântica. Posteriormente, diesel e querosene “limpos” poderão ser utilizados nos transportes aéreo, ferroviário e rodoviário pesado, em conformidade com as diretrizes impostas pelo Acordo de Paris, que estabeleceu medidas para reduzir a emissão de dióxido de carbono a partir de 2020.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Sedettur), Rômulo Veiga, as empresas aéreas já iniciaram estudos para mudar a sua matriz de combustível para atender as exigências do acordo, o que demonstra que esta é uma área promissora. Segundo ele, a tecnologia britânica constitui em criar uma plataforma física, do tamanho de um contêiner, para a transformação do material orgânico em combustível. “É um trabalho que, internamente, começamos a desenvolver há cerca de dois anos. E chegamos ao momento de apresentar a ideia para todas as cadeias que podem fazer parte deste processo. Desde o setor privado até as iniciativas do próprio município, para produzir os insumos, passando pelo detentor da tecnologia, a partir do consulado britânico. Entre nossas ações, faremos o incentivo da participação cidadã na coleta e na organização de todo este setor”, explicou.

PUBLICIDADE

Rômulo não estimou um prazo para que as ideias comecem a ser executadas na cidade, mas adiantou que Juiz de Fora é o município mais avançado no país para iniciar esta atividade, pois as políticas públicas estão alinhadas. No entanto, reiterou que não é algo demorado, uma vez que em 2020 todo este segmento já deverá estar operando para atendimento da demanda. “Hoje (segunda-feira) tivemos a primeira reunião para alinhar um plano de ação. Nossa ideia é apresentar um projeto em três meses, já com as expectativas da cooperação multissetorial que irá existir”, avaliou.

PUBLICIDADE

Ainda segundo o secretário, os investimentos para início da produção do biodiesel e bioquerose poderão vir de várias esferas. Entre elas, linhas de financiamento, recursos do Banco Mundial, das Nações Unidas, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da própria Embaixada Britânica e de outras políticas para que o setor privado faça investimentos em troca de compensação tributária.

O evento

O evento de apresentação, aberto ao público, intitulado “Plataforma de Bioquerose e Renováveis da Zona da Mata”, acontece nesta terça no Premier Parc Hotel. A abertura está marcada para as 9h15, com participação do prefeito Antônio Almas (PSDB). Em seguida, haverá palestras de apresentação de projetos regionais de sustentabilidade, já integrados à plataforma, e outras discussões voltadas aos programas de desenvolvimento sustentáveis baseados em bicombustíveis. Às 11h, será assinado o “Memorando de Entendimento da Plataforma de Bioquerosene e Renováveis da Zona da Mata” e, ao fim, 11h45, será feito plantio de macaúba no Parque da Lajinha, uma palmeira nativa do bioma de Mata Atlântica, cuja extração do óleo resulta na produção do combustível.

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile