Atualizada às 11h49
Cerca de 200 famílias do Movimento dos Sem Terra (MST) ocuparam a Fazenda Liberdade, que integra o complexo Fazendas Reunidas HD, em Coronel Pacheco, na manhã do último domingo (4). Conforme informações do movimento, o local ocupado estaria abandonado há alguns anos, o proprietário seria responsável pelo plantio de eucalipto na região e seu complexo não estaria cumprido a função social da terra. “Não é possível que a região da Zona Mata mineira concentre altos índices de desemprego, enquanto grandes latifúndios são utilizados simplesmente para especulação. Hoje damos mais um passo na luta contra o latifúndio e pela democratização da terra”, disse o diretor estadual do MST, Nei Zavaski, ao site do MST.
Responsável pelas fazendas, Horácio Dias negou as acusações. “Todas as fazendas são comprovadamente produtivas, e as atividades existem há 40 anos voltadas para a produção e o emprego. As responsabilidades fiscais estão todas em dia. A fazenda gera 30 empregos diretos e 150 indiretos. Discordo totalmente deste tipo de política, e entendemos que é negativo para a imagem da própria atividade agropecuária. Entendemos que há necessidade de apoio e uma reforma pública de incentivo ou realocação para os pequenos produtores, mas não de maneira invasiva como o MST faz”, disse, em entrevista à Tribuna.
Conforme informações do site do complexo, a Fazenda Liberdade tem 251 hectares de área e integra o complexo Fazendas Reunidas HD, que tem propriedades rurais em Coronel Pacheco e Goianá. Ainda segundo as informações disponibilizadas pela página na web, a fazenda Liberdade tem como atividade principal a criação de novilhas girolando.
“A propriedade conta com toda infraestrutura necessária para o desenvolvimento de sua atividade rural como piquetes, cercas, currais etc. A propriedade possui 11 piquetes cercados com cochos para sal e bebedouros. Também contamos com uma área agrícola de 35 ha destinados a produção de silagem de milho e uma área de 32,29 ha com plantio de banana prata que é comercializada na região”, informa o site.
Além do MST, a ocupação foi articulada em conjunto com outros movimentos como Levante Popular da Juventude, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), União da Juventude Rebelião (UJR), União da Juventude Comunista (UJC), Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular (Najup) e LICENA, que integraram a programação da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Jura), na Universidade Federal de Viçosa (UFV).