O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realizou, na tarde desta sexta-feira (5), um ato em resposta à denúncia de racismo que teria sido cometido por um aluno de 40 anos contra uma funcionária de 37, do Restaurante Universitário (RU), na noite desta quinta (4). A manifestação dos estudantes contou com a participação de movimentos sociais da cidade, coletivos negros, do movimento estudantil da Universidade e do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora-MG (Sintufejuf).
De acordo com os diretores de Igualdade Racial do DCE, Felipe Souza e Pedro Arruda, o ato em questão não teve como pauta apenas o caso ocorrido nesta quinta-feira no RU. “É importante lembrar que isso não é um caso isolado. Isso acontece sistematicamente na nossa universidade. Então, o ato foi pensado também para prestar solidariedade a essa pessoa que sofreu essa violência racista, mas também a todos os outros casos que acontecem e que sabemos que ainda vão acontecer na nossa universidade. Sabemos que o racismo, enquanto estrutural na nossa sociedade, não vai acabar de um dia para o outro.”
Nesta segunda-feira (8), o DCE irá realizar uma assembleia às 17h, próximo à reitoria da UFJF, para debater sobre os casos de assédio que têm acontecido no campus da instituição. “Precisamos continuar avançando para que esse aluno seja responsabilizado, mas também para que a instituição de ensino consiga garantir os meios necessários para que seja um espaço de fato inclusivo, que respeite a diversidade e que não seja tolerado nenhum preconceito racial, de gênero ou de classe”, destaca a pasta.
Denúncia de racismo
Na noite desta quinta-feira, uma funcionária do RU denunciou um aluno da UFJF por racismo. De acordo com informações da Polícia Militar, a trabalhadora alegou que, enquanto servia alimentação no refeitório, o estudante se recusou a receber os alimentos da sua mão dizendo que “não pegaria alimento da mão de pessoas negras”.
O suspeito negou a acusação aos militares e disse que estava sendo vítima de calúnia. A corporação informou que, por não haver testemunhas no momento do ocorrido, não foi possível decretar prisão em flagrante de nenhum dos envolvidos, e os fatos foram encaminhados para investigação da polícia judiciária.