O número de casos confirmados de dengue continua aumentando em Juiz de Fora. Em uma semana, quase cem novos casos foram registrados na cidade. De acordo com a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), até a última segunda-feira (1°), foram confirmadas 337 suspeitas de dengue e 106 de chikungunya. Uma semana antes, na terça-feira (26), eram 243 e 104 registros, respectivamente. A cidade segue a tendência do que ocorre no estado de Minas Gerais. Com 81.456 casos prováveis de dengue já notificados à Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), o Estado estuda decretar situação de emergência em breve. Segundo a pasta, o decreto está em processo de elaboração e, tão logo seja publicado, será divulgado e detalhado. Procurada pela Tribuna, a assessoria da SES informou que ainda não é possível fornecer mais detalhes sobre o assunto.
Apesar de os casos de dengue estarem aumentando com maior intensidade – foram 94 novos registros no período -, a chikungunya também não deixa de preocupar. Isso porque Juiz de Fora continua sendo a cidade do estado com maior número de notificações da doença, segundo o boletim epidemiológico da SES, com 200 notificações até a última segunda-feira. No total, já são 443 registros das duas arboviroses na cidade.
Assim como nos levantamentos anteriores, o Bairro Granjas Betânia continua concentrando o maior número de notificações. O acúmulo de focos do Aedes aegypti também foi verificado nos bairros Borboleta, na Cidade Alta; Benfica, na zona Norte; e Santo Antônio, na zona Sudeste, nesta ordem. Segundo a PJF, ações de controle vetorial e forças-tarefa da Sala de Operações da Dengue estão sendo realizadas nestas regiões, por meio de ações de retirada de lixo e entulho de terrenos e residências. Na última semana, 11 caminhões com o lixo que estava dentro de uma residência – de onde 12 toneladas de entulho já tinham sido retiradas anteriormente – foram levados pelo Demlurb.
O bairro também recebeu cinco aplicações de inseticidas a ultra baixo volume (UBV), preconizadas para o controle do vetor Aedes aegypti. Na próxima semana, outra aplicação será realizada nos quarteirões com mais notificações do Bairro Santo Antônio. A mesma ação também já ocorreu nos bairros Benfica, Borboleta e Granjas Betânia. Na Rua Santa Rita, na região central, também foi aplicado larvicida em todas as marquises. Panfletagens e ações de educação em saúde, como palestras e teatros para crianças, também estão sendo realizadas pela Prefeitura.
Casarão na Espírito Santo
Apesar das ações do Poder Público, a população também precisa contribuir. No entanto, em Juiz de Fora, o descarte irregular é um dos principais problemas para o controle do mosquito, conforme a Prefeitura. O descarte de lixo em um antigo casarão, localizado na esquina da Rua Espírito Santo com a Avenida Presidente Itamar Franco, é um dos exemplos. Cinco dias após a Prefeitura realizar uma ação de combate à dengue, no dia 13 de março, retirando entulho e eliminando focos de Aedes aegypti no casarão, a Tribuna verificou que já havia entulho jogado no espaço novamente.
Como a prática é recorrente, fiscais de postura autuaram e notificaram o proprietário para que fechasse o imóvel, com o objetivo de não acumular mais lixo no local. O fechamento foi realizado na terça-feira (2), mesma data em que a Tribuna flagrou, novamente, mais entulho jogado dentro do casarão. Embora o imóvel tenha sido fechado, o descarte irregular de lixo e restos de material de construção está ocorrendo do lado de fora do casarão, continuando a servir de criadouro para o mosquito.