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Congestionamento de ônibus para a Avenida Rio Branco

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Pontos de ônibus ficaram lotados em horário de rush em que os coletivos estavam parados (Foto: Olavo Prazeres)
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Um congestionamento na pista central da Avenida Barão do Rio Branco, por onde circulam os ônibus, levou o trânsito de Juiz de Fora ao caos nesta sexta-feira (5). A fila de veículos se formou bem no início da tarde, e, por volta de meio-dia, a reportagem flagrou centenas de pessoas desembarcando de coletivos e seguindo a pé para seus destinos, sob intenso calor e com longas distâncias a serem percorridas. O engarrafamento atingiu desde a altura da Garganta do Dilermando até, pelo menos, o Parque Halfeld, causando reflexos em outras vias importantes da cidade, como a Avenida Brasil, que também apresentou lentidão em longo trecho. A Getúlio Vargas teve picos de retenções, mas o tráfego fluiu mais normalmente. O problema durou cerca de duas horas, já que, por volta das 14h, o tráfego começou a ser normalizado.

Durante o congestionamento, motoristas de veículos de passeio e de carga que precisavam cruzar a cidade, principalmente vindos das áreas de Santa Terezinha, Zona Nordeste, dos bairros Bairu e Manoel Honório, na região Leste, e da Zona Norte, acabaram “presos” em meio ao tumulto ocasionado pela aglomeração de coletivos. O fato atípico aconteceu na mesma semana em que vereadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos ônibus, da Câmara Municipal de Juiz de Fora, visitaram garagens das empresas de transporte coletivo urbano, constatando irregularidades.

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A confusão teve seu auge no Mergulhão da Rio Branco, onde foi formada uma fileira de ônibus. Apesar de a reportagem ter questionado alguns condutores e cobradores, eles foram unânimes em afirmar desconhecerem o motivo do trânsito parado. Quando arriscavam, sempre diziam terem ouvido falar em algum acidente na Getúlio Vargas ou Itamar Franco. Informações não oficiais deram conta de que um coletivo teria quebrado no fim da manhã na Getúlio, e as linhas que passam por lá não teriam conseguido acessar a via, permanecendo paradas na Rio Branco. “Fui pego de surpresa. Estou parado desde o Clube Dom Pedro e com uma hora de atraso na rota. Uns 20 passageiros preferiram desembarcar”, relatou o motorista Antônio Carlos, da linha 718 (Ponte Preta).

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Tumulto também ocorreu nas pistas laterais da Rio Branco, na altura do Manoel Honório; nó no trânsito também afetou
outras vias (Foto: Olavo Prazeres)

O Centro de Operações da PM (Copom) chegou a informar se tratar de uma possível paralisação da categoria por volta das 13h, mas também não sabia o motivo. No entanto, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte e Trânsito (Sinttro) afirmou que não houve anormalidades. A assessoria da Astransp assegurou, pouco depois das 15h, não haver qualquer movimento nesse sentido. A Astransp representa todas as empresas de transporte público da cidade, com exceção da Ansal, e confirmou que um ônibus da Gil quebrou por volta das 11h na Getúlio. Conforme a assessoria, no entanto, o problema foi resolvido rapidamente, e não teria ligação com o intenso congestionamento. Já a Ansal informou que não houve qualquer registro de problema com sua frota nesta sexta.

A Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) informou que o congestionamento se deu em virtude de um problema mecânico com um ônibus. Ainda conforme a pasta, agentes estiveram na Avenida Getúlio Vargas para controlar o tráfego. A ação contou também com apoio das câmeras do Controle e Monitoramento (CCM).

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População fica prejudicada em plena sexta-feira

As sextas-feiras já são conhecidas pelo caos no trânsito juiz-forano, mas a situação foi atípica. Algumas pessoas relataram à Tribuna demora excessiva para conseguir chegar aos seus destinos. Muitas optaram por andar a pé ou usaram táxi e transportes por aplicativos. A designer de interiores Cristiana Rodrigues, 39 anos, havia ido ao médico na Avenida Rio Branco e, na saída, embarcou em um ônibus logo após o trecho do Mergulhão, sem perceber o engarrafamento à frente. “Fiquei uns 15 minutos parada e desisti. Perguntei ao motorista, e ele disse que podia ser acidente, mas parecia mais uma paralisação. Como pode uma via tão importante como esta parar do nada?”, questionou a usuária.

Do alto de seus 78 anos, Maria da Conceição Cerqueira também preferiu gastar sola de sapato a esperar dentro do coletivo, sem saber por quanto tempo. “Eu estava para lá do Museu Mariano Procópio (na Avenida Brasil), quando parou tudo.” Ela havia tomado um ônibus do Manoel Honório até a rodoviária e retornava do Terminal Miguel Mansur quando foi surpreendida.

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O aposentado Jader Souza Paradela, 65, acabou desembarcando no alto da Garganta do Dilermando e foi andando até o Parque Halfeld. “Peguei no Bandeirantes, mas quando chegou em Santa Terezinha ficou muito lento. A maioria dos passageiros desceu lá em cima também. Ninguém sabia do que se tratava. O motorista disse que era problema na Getúlio Vargas com a Itamar Franco. Mas causou muito transtorno e pensei que poderia ser algum protesto, porque na Rio Branco só ficou parada a pista de ônibus.”

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