Um problema operacional no sistema de pagamentos deixou professores da rede municipal de ensino sem parte do salário ou sem qualquer valor referente ao mês de fevereiro, que deveria ter sido quitado até o dia 1º de março. A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) não informou o número de docentes atingidos pela falha, mas afirma ter gerado uma folha complementar, que será paga no próximo dia 12.
Embora o Executivo municipal justifique que “um problema operacional levou a que um grupo de trabalhadores recebesse uma remuneração menor”, a Tribuna obteve informações de que alguns professores não ganharam qualquer quantia. “Eu e outras professoras não recebemos nada”, conta uma contratada, que procurou o RH da PJF em busca de respostas, após constatar que sua conta estava zerada. “Alegaram problema no sistema. A resposta deles é esperar. Eu sou contratada, mas tem concursado também (sem receber). São muitos professores. Trabalho em duas escolas e nas duas tem professor nessa situação.”
A docente não sabe como vai fazer para se virar financeiramente neste período. “Eu sou mãe solteira, sou responsável pelas despesas da minha casa, então não tenho quem ajude. Estou bem chateada e preocupada, porque meu salário (do mês anterior) não cobre a despesa de mais 12 dias e, então, vou ter que pedir emprestado. Daí a preocupação, porque não temos garantia nenhuma de pagamento no dia 12, só a palavra da funcionária da prefeitura.”
Relatos de problemas no salário chegaram ao Sinpro
O Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro-JF) recebeu relatos de educadores que não tiveram acesso ao contracheque e ao salário que deveriam ser pagos no dia 1º de março, assim como de inconsistência, por parte de outros. “Reivindicamos da prefeitura retorno às solicitações feitas pelos companheiros, com a devida correção e depósito dos valores em folha complementar, o quanto antes. Estamos acompanhando as situações identificadas, e o tema será tratado na Assembleia do Magistério Municipal, no dia 12 de março”, assegura a coordenadora da entidade, Maria Lúcia Lacerda. “Fomos procurados por uma parcela de contratados e de efetivos recém-admitidos.”
Depois de informar sobre a falha operacional no sistema, em nota, a PJF pontuou sempre ter realizado “de forma regular e correta a remuneração de todos os seus trabalhadores, destacadamente os da educação, que receberam neste ano os retroativos, acertados tanto com os trabalhadores ativos, quanto com os aposentados”.