As atividades das creches municipais mantidas pela Amac ficaram comprometidas nesta terça-feira (5) por conta de atrasos na recarga do cartão de vale-transporte, que resultaram na ausência de profissionais nas unidades. Diante de relatos de pais e responsáveis nas redes sociais, a informação foi confirmada à reportagem pelo presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu), Amarildo Romanazzi.
Segundo o sindicalista, o problema se dá pelo atraso de repasses pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) à Amac, o que estaria dificultando o cumprimento de compromissos por parte da entidade. O argumento foi rebatido pela Secretaria de Educação, que, por meio de nota, afirmou que realiza as transferências mensalmente. A Tribuna tentou contato com a direção da associação, mas, até a edição deste texto, não havia obtido retorno.
O presidente do Sinserpu afirmou que, diante da falta de recarga dos cartões, o próprio sindicato orientou os profissionais a permanecem em suas casa. “No mês passado, a Amac já havia atrasado o pagamento dos salários que, ao invés de ocorrer no quinto dia útil, aconteceu apenas no dia 18. Agora, os trabalhadores retornaram às atividades sem a recarga dos cartões. Então, orientamos que ficassem em casa. Sabemos que isto traz transtorno. Mas a culpa é do Município, que atrasou os repasses. E quem paga é a sociedade. A culpa não é dos profissionais, uma vez que, infelizmente, eles não têm condições de ir trabalhar sem a recarga”, considerou.
Por outro lado, a Secretaria de Educação disse que “conforme parceria firmada com a Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac), através do Termo de Colaboração, para atendimento de crianças nas creches, a Prefeitura de Juiz de Fora realiza mensalmente o repasse financeiro. A utilização do recurso recebido é definido pela Associação, levando em consideração as necessidades do atendimento educacional firmado na parceria. Sendo assim, a recarga do cartão de vale-transporte de seus funcionários é de responsabilidade da AMAC”, afirma a nota encaminhada à reportagem.
Ainda segundo o Sinserpu, até o início da noite desta terça-feira (5), a situação ainda não havia sido equacionada. Assim, a expectativa é de que os problemas voltem a ocorrer nesta quarta-feira. “Pode até aumentar o número de profissionais ausentes, uma vez que alguns ainda conseguiram usar valores residuais em seus cartões”, avaliou Amarildo. De acordo com o sindicalista, os atrasos podem comprometer os trabalhos de cerca de 800 profissionais que atuam em creches e curumins da cidade mantidos pela Amac.
Há um mês
E matéria publicada pela Tribuna no dia 9 de janeiro, o superintendente da Amac, Alexandre Oliveira Andrade, afirmou que a incidência no atraso de repasses por parte do Município trazia problemas para a gestão de pessoal, antecipando, até mesmo, a possibilidade de a entidade não efetuar a recarga dos cartões de vale-transporte. “Nós teríamos que receber o recurso na segunda (7 de janeiro) para fazer o pagamento na terça (8), o que não ocorreu. Administrativamente, esta situação é terrível, porque pode vir até mesmo a causar a interrupção do serviço. Não teremos como depositar o vale-transporte, tudo isso gera uma insatisfação muito forte nos trabalhadores e dificuldades para suas famílias”, disse, na ocasião.