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Censo 2022 alcança 52% da população em Juiz de Fora

IBGE Leonardo Costa
Até o momento, os recenseadores visitaram 74% dos domicílios. Deste total, em 10% os moradores não foram encontrados ou se recusaram a responder a pesquisa (Foto: Leonardo Costa)
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Em três meses de coleta, pouco mais da metade (52%) da população de Juiz de Fora está recenseada, afirma o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O universo estimado é de 577 mil pessoas. Os dados, atualizados pelo IBGE nesta quinta-feira (3), mostram que o número está bem aquém do esperado. Até o momento, os recenseadores visitaram 74% dos domicílios. Deste total, em 10% os moradores não foram encontrados ou se recusaram a responder a pesquisa. Inicialmente, a expectativa era de que a coleta dos dados fosse concluída até o fim de outubro, no entanto, com o atraso, houve prorrogação até 1° de dezembro.

A taxa de coleta aumentou 14% em relação ao início do mês passado. Na primeira semana de outubro, a pesquisa havia alcançado 38% da população estimada, conforme publicado pela Tribuna. Para atender os 187.190 domicílios em Juiz de Fora, o município foi dividido em quatro zonas e 1.151 setores censitários, sendo que somente em 38,3% dos setores houve conclusão dos trabalhos, como aponta o portal do Censo 2022.

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Segundo a responsável pelo Censo 2022 em Juiz de Fora Ana Cândida de Paiva, um dos fatores que contribui para o atraso da coleta de dados é a escassez de recenseadores. Ao todo, o IBGE oferece 520 vagas para recenseadores no município, mas, atualmente, o Censo está trabalhando com apenas 250 vagas preenchidas. “Estou fazendo treinamento de recenseador quase que semanalmente e, mesmo assim, não conseguimos chegar no número total de recenseadores, só conseguimos repor. Hoje estamos trabalhando com 50% das vagas preenchidas”, explica.

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Ana Cândida acredita que a falta de mão de obra para a pesquisa é o maior problema a ser enfrentado. De acordo com ela, os novos modelos de ocupação, que garantem uma maior flexibilidade da jornada, como entregadores de comida e motoristas de aplicativo, criam obstáculos para atrair e manter os recenseadores. “Esse fenômeno não é só em Juiz de Fora. Isso vem acontecendo nacionalmente e houve prorrogação justamente em função da baixa adesão da população. Todo o Brasil está com a coleta atrasada.”

Falta de informação contribui para baixa adesão

De acordo com a responsável pelo Censo 2022 na cidade, a baixa adesão da população à pesquisa tem sido motivada principalmente pela falta de conhecimento em relação ao IBGE e pela polarização política. “Em muitos lugares, as pessoas nunca ouviram falar do IBGE. É mesmo um desconhecimento da instituição. Muitos não conseguem enxergar qual o benefício dos resultados do Censo para a vida da população.”

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O Censo Demográfico que está sendo realizado vai impactar, pelos próximos dez anos, em várias áreas da sociedade, como no mapeamento da quantidade de vacinas e de vagas escolares necessárias para a população juiz-forana. Um dos objetivos da pesquisa é quantificar o número de mortes de 2019 a 31 de julho deste ano, incluindo todo o período da pandemia, para traçar o histórico de óbitos causados pela Covid-19.

Ana Cândida explica que, embora o planejamento público seja todo embasado nos dados fornecidos pelo Censo, como o acesso a saúde, educação e segurança pública, o uso dessas informações ultrapassa a esfera pública. “As empresas privadas também utilizam os dados do Censo. Para abrir uma empresa na cidade é necessário olhar se há nicho de mercado ou disponibilidade de força de trabalho, por exemplo.” Segundo a recenseadora, a base de estatísticas coletada pode resultar em mais empregos, produtos e serviços.

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Como identificar o recenseador

Uma parte da população recusa atender os recenseadores por medo de golpes. Os servidores do IBGE podem ser identificados por meio de boné e colete do instituto e crachá de identificação, que possui um QR Code no qual o entrevistado pode apontar a câmera do celular e confirmar o nome e a foto do recenseador. Além disso, o morador também pode ligar para o Centro de Apoio ao Censo (CAC), através do número 0800 721 8181, e conferir as informações do agente. A pesquisa é feita entre 8h e 21h, de segunda a domingo, incluindo feriados.

Caso os recenseadores não encontrem o morador em casa, uma carta com telefone de contato é deixada no imóvel para que a pessoa agende uma visita de acordo com seu horário disponível para responder a pesquisa. Além disso, existe a possibilidade de preencher o questionário pela internet. Após uma visita inicial obrigatória, na qual o recenseador também registra as coordenadas de cada endereço, o morador poderá fazer a escolha pelo autopreenchimento on-line. A partir daí, será gerado um e-ticket, com prazo de validade de sete dias, para as respostas. Há também a possibilidade de participação por telefone, pelo Centro de Apoio ao Censo (CAC), disponível via 0800 721 8181.

TCU recebe dados ainda este ano

A pesquisa do IBGE acontece com dois anos de atraso. Em 2020, o levantamento foi adiado por causa da pandemia de Covid-19 e, em 2021, sofreu novo adiamento por falta de orçamento. Em via de regra, a pesquisa nacional é realizada a cada dez anos. Em 2022, a estimativa é de que os recenseadores entrevistem mais de 214,8 milhões de pessoas em todo o país.

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A coleta de informações é feita com dois tipos de questionário: o básico e o de amostra. Em Juiz de Fora, são 95% de questionários básicos e 5% de amostra. O básico conta com 26 questões e investiga as principais características do domicílio e dos moradores. Já o de amostra tem 77 questões mais detalhadas, com temas específicos: características dos domicílios, identificação étnico-racial, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, deficiência, migração interna ou internacional, educação, deslocamento para estudo, trabalho e rendimento.

Antes da alteração do prazo final do processo, o IBGE estimava que os primeiros resultados do Censo 2022 seriam divulgados ainda neste ano. Mesmo com a mudança, o IBGE assumiu o compromisso de entregar os dados da contagem da população ainda no fim do ano ao Tribunal de Contas da União, para subsidiar a repartição do Fundo de Participação de Estados e Municípios. As estatísticas e as análises devem ser divulgadas ao longo de 2023 e 2024.

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