Quem diz que estudar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não é divertido não conhece os diversos canais no YouTube que disponibilizam aulas dinâmicas e divertidas gratuitamente para que os estudantes possam complementar o aprendizado em casa. Para a aluna do segundo ano do ensino médio do Cave Luísa Almeida, estudar por meio dos vídeos do YouTube é uma forma de sair da monotonia dos livros. “A gente acaba aprendendo mais e prestando mais atenção no conteúdo. Também motiva mais a estudar em casa.” Gabriel Fariz, que cursa o terceiro ano no Colégio Equipe, também enfatiza algumas vantagens das videoaulas. “Assistir esses vídeos em casa é bom porque você consegue pausar o vídeo, analisar o que foi dito, voltar trechos para ver novamente.” Já os professores fazem algumas ressalvas quanto a esses canais. “O aluno tem que averiguar a fonte. Muitas vezes, ele assiste vídeos de fontes desconhecidas em que não é garantida a veracidade daquilo que está sendo passado”, alerta o professor de matemática do Colégio Equipe Jorge Mageste Júnior. Já o professor de química do colégio Willian Novato afirma que, nessa reta final, o aluno pode se apavorar com a quantidade de conteúdo disponibilizado na internet. Então, o melhor é revisar o que já foi estudado.
Com a imensa variedade de canais disponíveis na plataforma que disponibiliza conteúdos gratuitos para o Enem, Gabriel opta por variar, sem ficar preso a um único canal. “Eu coloco na pesquisa do YouTube o conteúdo que quero estudar e assisto aos vídeos que aparecem. Eu prefiro fazer assim porque consigo ver a mesma matéria em vários canais diferentes. Assim, o conteúdo de um complementa o outro, e juntos complementam o ensinado em sala de aula.”
Já Luisa elegeu os seus preferidos. “Eu gosto do Descomplica porque as aulas são muito dinâmicas e fala sobre todos os assuntos. O problema é que há poucos vídeos gratuitos, já que tem conteúdo exclusivo para assinantes.” Para complementar o estudado no Descomplica, a estudante busca materiais no Aula De. “Esse canal também tem todas as disciplinas. Tem muitos vídeos. É um material mais completo que o Descomplica, mas as aulas são mais paradas.” Quando o assunto é física, Luísa recorre ao Me Salva. “Nele tem resumos feitos no papel, e ele resolve exercícios de vestibular comentando. Como os vídeos são curtos, dá até para estudar quando você está com pouco tempo.” Já se a dúvida é em biologia, a escolha é pelo canal Jubilut. “Os vídeos são muito engraçados. Eles fazem musiquinhas que ajudam a gravar a matéria.”
Aplicativo dinamiza estudo
A febre dos aplicativos, suas facilidades e seus atrativos para os estudantes levou até mesmo o Ministério da Educação (MEC) a criar o Hora do Enem, que pode ser acessado em tablets, celulares e desktops. Para auxiliar os candidatos a estudarem para o exame, o aplicativo fornece materiais, simulados e vídeos. Ao começar a utilizar o recurso, o estudante deve informar o curso para qual irá se candidatar e quantas horas por dia pode se dedicar aos estudos. A partir dessas informações, a plataforma monta um plano de estudos focado nos objetivos do participante, oferecendo os exercícios, resumos e videoaulas mais indicados para o perfil.
O app é um dos utilizados pelos alunos Patrick Braga, 17 anos, e João Pedro Maneze, 18, do Stella Matutina. “Como é do MEC, é algo que tenho confiança em usar, que vai me passar fidelidade do que é o Enem. Uso sem medo”, afirma Patrick. Além disso, o colégio possui parceria com o AppProva. “Os professores mandam lista de atividades que são exercícios complementares para fazermos usando o aplicativo. Além de resolver a lista enviada pelo professor, também podemos fazer outras questões. O app é bacana porque possui um banco de dados com vários exercícios de vestibulares”, explica Patrick. “Além da facilidade do acesso, o AppProva faz estatísticas de desempenho do aluno. Há gráficos do que o aluno precisa melhorar. O legal é que o gráfico mostra o desempenho por disciplina e por conteúdos de cada disciplina também. Pelo diagnóstico, eu vejo o que estou precisando reforçar”, completa João Pedro. Ambos também utilizam o Duolingo para estudar o inglês.
“Eu gosto dos aplicativos pela facilidade de uso. Eu posso acessá-lo em qualquer lugar. Então, sempre que eu tenho um tempo livre, seja em casa, no ônibus, eu pego o app para resolver as questões”, ressalta Patrick. “Os aplicativos ajudam a aumentar a minha experiência com o conteúdo, ajuda a ter uma noção melhor. E os aplicativos acabam sendo mais atrativos do que os livros, por exemplo. Mas estudar pelos aplicativos tem alguns pontos negativos. Um deles é que ficar exposto à tela do celular do computador acaba sendo muito cansativo. O outro ponto ruim é na hora de solucionar as questões de exatas, como física, matemática e química, porque preciso de papel para me dar apoio na hora de fazer as contas”, destaca João Pedro.