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Desgaste de sinalização horizontal atinge várias ruas de JF

Avenida dos Andradas
Avenida dos Andradas (Foto: Felipe Couri)
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Ao longo das últimas semanas, a Tribuna coletou diversos relatos e registros fotográficos de sinalizações horizontais desgastadas, principalmente de faixas de pedestres e avisos de redução de velocidade nas vias públicas de Juiz de Fora. O problema, de acordo com presidentes de associações de moradores entrevistados pela reportagem, é recorrente em diversas regiões da cidade e, frequentemente, coloca os transeuntes em risco de acidente. Em 2019, conforme a assessoria da Secretaria de Transportes e Trânsito da Prefeitura de Juiz de Fora (Settra/PJF), o investimento municipal em sinalização horizontal foi de R$ 903.167,41. No entanto, alguns representantes comunitários reclamam de demora da pasta no atendimento às solicitações da população, bem como na manutenção de trechos deteriorados da pintura nas ruas da cidade.

Em uma caminhada de cerca de 10 minutos na Avenida Presidente Costa e Silva, no Bairro São Pedro, Cidade Alta, a Tribuna flagrou seis faixas de pedestres parcialmente ou totalmente apagadas, principalmente nas proximidades do Pórtico Norte da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). “Eu acho que é senso comum de todas as associações e de boa parte dos moradores e pedestres o completo descaso com relação à segurança no trânsito e à engenharia de tráfego”, aponta o líder da Associação de Moradores da Cidade Alta, Celso Chapinotte.

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No Bairro Vina Del Mar, também na Cidade Alta, a falta de segurança para pedestres se dá também em função da falta de sinalização horizontal e vertical, conforme Celso. “É um completo absurdo, não existe nem sinalização básica na Rua Vereador Doutor Hélio Zanini, que é a rua que entra no Vina Del Mar. Não tem sinalização nem horizontal e muito menos vertical. É uma consequência do crescimento desordenado”, reclama o líder comunitário.

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De acordo com Celso, nos contatos com a Prefeitura, as justificativas para a falta de manutenção são variadas. “Um argumento que é sempre escutado é o de ‘estamos vendo, estamos tratando, estamos providenciando’, é o gerúndio”, conta. Em áreas como a Via 440 – localizada no São Pedro -, e na UFJF, também há incertezas sobre a responsabilidade de manutenção.

Pedidos protocolados

No Bairro Poço Rico, Zona Sudeste, principalmente em dias de maior tráfego de pedestres e veículos com a demanda do Cemitério Municipal e as atividades do Tupynambás Futebol Clube, a preocupação dos moradores com as falhas nas pinturas fica maior. De acordo com o presidente da Associação de Moradores do Poço Rico, Alexandre Silva, diversos pedidos de manutenção ou pintura de novas sinalizações já foram protocolados na Settra para intervenções em alguns pontos, mas poucos foram atendidos.

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Uma situação mais curiosa ocorreu ao pedir da colocação de uma faixa de pedestres no encontro da Rua da Bahia com a Pinto de Moura, em frente ao número 276, em que a justificativa para não existir a marcação, segundo Silva, foi o trecho ser “perigoso”. “Geralmente, os mais fortes protegem os mais fracos, e os mais fracos são os pedestres. Quando a Prefeitura faz uma alegação de que não colocou faixa de pedestres em um determinado lugar porque é perigoso, ela está tirando o direito de ir e vir dos pedestres para poder valorizar os carros”, afirma.

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Rua Dr. Hélio Zanini Com Isabel Defeo Zanini, no Vina Del Mar (Foto: Olavo Prazeres)

‘Sem verba, o município não aguenta’

No Bairro São Mateus, região Sul, o desgaste de sinalizações horizontais também é um problema recorrentemente relatado à associação de moradores do bairro. De acordo com o presidente Homero Adário, mais de 40 pedidos envolvendo o trânsito do bairro estão protocolados e aguardando o atendimento, os quais têm como dificultador a falta de recursos do município, segundo Adário.

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O morador da Zona Sul salientou a quantidade de pedidos de intervenção que são realizados junto à Prefeitura, dificultando o pleno atendimento de todos. No entanto, lamentou a demora para a resolução das demandas. “Eu tenho muitos pedidos feitos no Colab, mas, hoje, demoram meses para executar o serviço”.

A situação financeira também foi lembrada pelo presidente da Associação de Moradores do Bairro Benfica, da Zona Norte, Ronaldo Magalhães. No entanto, os problemas são recorrentes na região. “Em alguns pontos de ônibus, não tem a faixa amarela para demarcar o ponto, algumas faixas de pedestres estão acabando por causa da chuva e aquele ‘pare’ em cruzamento também tem lugar que está mal sinalizado. Então, a gente fica dependendo mais da boa vontade da Prefeitura”, relata Magalhães. “Se o Governo federal não repassa a verba para a Prefeitura, o município não aguenta”.

Av. Presidente Costa e Silva (Foto: Olavo Prazeres)

‘Tem que ter muita atenção’

“Tem que passar com atenção, principalmente porque tem muita criança e muita família, além da igreja de Santa Terezinha e a praça ao lado. A movimentação de pedestres, de crianças e de gente mais velha é muito grande e tem que ter muita atenção”, disse Wescley Costa, comerciante, quando questionado sobre a pintura já desgastada da faixa de pedestres na esquina da Rua Tenente Luiz Freitas com a Rua Rui Barbosa, no Bairro Santa Terezinha. Segundo Costa, a faixa está parcialmente apagada há um ano, e é esperada a manutenção antes do final de 2019.

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O trecho preocupa Wescley também pela intensa movimentação de estudantes, uma vez que ao menos cinco instituições de ensino estão localizadas naquela região, mas um aliado é o 2° Batalhão da Polícia Militar, situado bem próximo ao semáforo. “Pelo fato de ter colégio, os motoristas respeitam bem; e o fato de ser a rua do batalhão da Polícia Militar também é um facilitador”, analisa.

Sinalizações são feitas após estudos técnicos

Av. presidente Costa e Silva (Foto: Olavo Prazeres)

Em nota, a Settra informou que “os serviços de sinalização horizontal e vertical são executados após levantamentos técnicos realizados no local”. De acordo com a pasta, as demandas são atendidas definindo prioridade para áreas com maior volume de tráfego e desgaste, que influi na durabilidade da sinalização.

A Settra também destacou que, nas avenidas Francisco Bernardino, Getúlio Vargas e Brasil, a sinalização horizontal foi realizada com a pintura termoplástica, que possui durabilidade de cinco anos pelas especificidades de tinta e forma de aplicação. Em relação ao Bairro Poço Rico, a pasta informou que “realizará a revitalização de toda a sinalização necessária do bairro, o que já está programado”.

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