A partir desta terça-feira (4) até a próxima quinta, ocorre a sexta paralisação dos professores da rede estadual de Minas Gerais ao longo de 2024. Segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), o governo de Romeu Zema (Novo) “não está negociando”.
A paralisação volta a ocorrer também na próxima semana, nos dias 11, 12 e 13 de junho, conforme ficou estabelecido em assembleia ocorrida no final de maio, em Belo Horizonte. Essas serão as maiores paralisações feitas pela categoria no ano, como observa a coordenadora do Sind-UTE de Juiz de Fora, Victoria Mello.
De acordo com ela, a intenção é intensificar a paralisação como forma de pressionar as negociações com o governador – que, na sua opinião, ainda não estariam ocorrendo. “O Governo não está negociando, essa é uma das nossas exigências. Tem que ter negociação, é o mínimo em um governo que se diz democrático.” Ela acrescenta que, caso não haja um acordo, a greve pode ser deflagrada na assembleia estadual do próximo dia 13.
Tentativas de negociação
O governador Romeu Zema havia anunciado, inicialmente, que iria ocorrer um reajuste salarial de 3,62% para o funcionalismo público e proposto novas regras e contribuição ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
Os Projetos de Lei não foram bem recebidos pela categoria, que se opôs às medidas e decidiu novas paralisações a partir de então. Em vídeo enviado à imprensa pela assessoria do governador nesta terça (4), Zema aparece do lado da secretária de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Luísa Barreto, para fazer um novo lance.
O novo reajuste divulgado é de 4,62% percentual que, segundo ele, corresponderia à inflação de 2023. “Dessa forma daremos uma recomposição integral das perdas inflacionárias”, diz Zema no vídeo. Luísa Barreto acrescentou seria enviada ainda hoje uma emenda ao projeto de recomposição, ampliando o percentual de 3,62% para 4,62%. “Esse reajuste será geral para todo funcionalismo do Executivo estadual, retroativo a janeiro.” Após a fala da secretária, Zema pontuou que esse é o máximo que o Governo consegue ofertar “sem comprometer o futuro de Minas”.
O sindicato relatou que a nova proposta continua sem atender a reivindicação. “Temos perdas salariais causadas pelo não reajuste integral do Piso Salarial Nacional nos últimos anos e também perdas inflacionárias. Além disso, somos contra o reajuste das tarifas do Ipsemg, em tramitação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que chegará a 81%”, finaliza Victoria Mello.