O guitarrista e professor Marcos Marliere, também conhecido por parte de classe artística como Marquinho 66, morreu na manhã de segunda-feira (4), às 10h30, aos 56 anos, no Hospital Maternidade Therezinha de Jesus, em Juiz de Fora. De acordo com o genro, Thiago Pável, Marcos se recuperava de um tratamento médico, que o levou à internação no dia 13 de março. Prestes a receber alta, ele foi diagnosticado com um quadro de pneumonia, que o levou a três paradas cardíacas sequenciais, sendo a última fatal. A família aguarda o resultado do teste para Covid-19. No início da noite desta segunda, às 18h, o corpo do professor e músico foi cremado, após uma breve despedida, que reuniu apenas quatro familiares – a filha única, Bruna Marlière, o genro e duas tias.
Entre os pontos marcantes da carreira de Marquinho 66, estão a participação na banda Patrulha66 e a criação, com Adriano Polisseni, do Festival de Bandas Novas. “Ele era um grande amigo, costumávamos conversar todo dia. A última vez foi na sexta-feira, e hoje (segunda) de manhã recebo essa notícia da passagem. Estou sem chão”, conta um amigo, que preferiu não se identificar. “O Marquinho representou muito para a música de Juiz de Fora e para mim, 80% dessa galera da música tiveram algum tipo de contato com ele. Foi ainda meu primeiro professor de guitarra.”
Carreira musical
Dentre as várias bandas em que tocou, como Víbora, Baton de Miss e Rollbeck, Marcos Marliere era conhecido por muitos por conta de suas várias passagens pela Patrulha66, que lhe valeram o apelido Marquinho 66, dividindo o palco em várias ocasiões com o vocalista e guitarrista Adriano Polisseni, o Adriano 66.
“Não mantínhamos o mesmo contato de antes, mas ele enviou um vídeo para mim há pouco tempo, contou que havia ficado internado e precisava de um fisioterapeuta. Mas como estou afastado do serviço por estar no grupo de risco do coronavírus, enviei alguns exercícios que ele poderia usar. Depois, na semana passada, ligou para contar que havia passado pelas cirurgias, mandou outro vídeo, estava muito otimista”, conta Adriano. “Quando liguei esta manhã para saber notícias, ninguém atendeu, fiquei sabendo por um amigo. Estranhamos porque ele nunca teve nada, sempre gozava a gente por causa disso. Eu conheço o Marquinho há quase 50 anos, ele nunca ficou doente; fomos criados com ele inteiro, foi experimentar essa situação logo agora”, lamenta.
De acordo com Adriano 66, Marcos tocou com a Patrulha66 em várias fases da banda. A primeira foi em 1985, durante um ano, substituindo outro guitarrista, e deixou a Patrulha para montar a Baton de Miss. “Depois voltou com a gente de 1989 a 1991, voltou em 1998 e ficou até 2007. Ele criou comigo o Festival de Bandas Novas, e organizamos juntos até 2007. Aí foi estudar, abriu a escola de guitarra… de vez em quando trocávamos ideia no conservatório. Ele deixou uma obra importante, pena que foi embora tão cedo.” Marquinho 66 era divorciado e deixa a filha Bruna Marlière, vocalista da banda Blend 87.