A Associação Brasileira de Odontologia (ABO/JF) deu início, nesta segunda-feira (4), à distribuição gratuita dos primeiros face shields – máscaras de escudo facial – a cirurgiões dentistas e auxiliares. Segundo levantamento realizado pela assessoria da ABO/JF, 90 máscaras foram entregues neste primeiro dia. A iniciativa visa a atingir todos os trabalhadores com atuação no município e região, além de estudantes da área.
A entrega do Equipamento de Proteção Individual (EPI) está sendo feita na sede da entidade, de segunda à sexta-feira, de 9h ao meio-dia e das 14h às 17h, obedecendo a uma escala, no intuito de evitar aglomerações, sendo as duas primeiras semanas destinadas aos profissionais e a terceira aos acadêmicos. Os interessados devem apresentar, no momento da retirada, a carteirinha do Conselho Regional de Odontologia (CRO), carteiras de trabalho ou comprovante de matrícula no curso de Odontologia em instituição de ensino de Juiz de Fora, além de dois litros de leite que serão doados posteriormente para instituições de caridade.
A ação foi executada a partir de uma parceria entre o professor de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Leandro Resende, o presidente da Associação Brasileira de Odontologia (ABO/JF), Dr. Otávio Fartes, e o empresário Marcelo Andrade, proprietário do Galpão do Laser.
De acordo com o professor Leandro Resende o movimento surge como um auxílio importante em meio às dificuldades enfrentadas pelo setor durante a pandemia do novo coronavírus, tendo em vista que os EPI’s se encontram escassos e superfaturados. “Um universo de aproximadamente quatro mil pessoas deve ser contemplado pela iniciativa, podendo significar uma economia de R$ 200 mil para a classe, se levar em consideração o valor médio de R$ 50 por peça. Estamos fazendo o possível para minimizar os efeitos dessa pandemia para o segmento odontológico em Juiz de Fora.”
Distribuição pioneira
Conforme o presidente da ABO/JF, Dr. Otávio Fartes, o projeto é inédito no Brasil, já que, segundo ele, nenhuma entidade conseguiu equipar, mesmo que localmente, todos os seus profissionais. “Nós não visualizamos na mídia e nem nas pesquisas realizadas nenhuma entidade de classe que equipou 100% da sua categoria. Uma vez que estamos no topo do risco de contaminação, por lidar com saliva e aerossóis, que podem ficar até 15 minutos no ar dependendo do equipamento usado, a máscara torna-se fundamental e sem ela não é possível trabalharmos.”
Atualmente, em Juiz de Fora, os atendimentos odontológicos só estão sendo feitos quando emergenciais ou inadiáveis e devem seguir assim até o dia 11 de maio, segundo Fartes, quando os serviços podem começar a se normalizar. “A ideia é que todos os profissionais já estejam com os EPI’s quando isso acontecer”, conclui.