Mais dois equipamentos foram instalados neste sábado (4) no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) para tentar capturar a onça-pintada, que foi avistada há pouco mais de uma semana nas imediações da Mata do Krambeck e em frente a um hotel na Avenida Brasil. Na tarde da última sexta-feira (3), duas das quatro armadilhas de laço, escondidas no chão, foram colocadas pela equipe do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio), mas não surtiram efeito. Agora, todos foram instalados no local, porém, a armadilha de caixa ainda não foi descartada. O método utilizado para a captura é considerado um dos mais seguros e eficazes.
Entretanto, segundo o coordenador substituto do Centro, Rogério Cunha, que atua há 21 anos na captura de animais silvestres, o momento requer paciência. “Uma captura nunca é simples, a gente sempre subestima essa facilidade. Não é porque estamos vendo-o na área é que vamos estalar o dedo e pegá-lo. Se não conseguirmos pegar com laço, está vindo uma caixa. Esses animais são muito ressabiados de entrar em armadilha de caixa, tanto a onça-pintada quanto a parda”, explicou.
O laço foi posicionado nos locais onde a onça tem sido avistada, mas, por circular por várias rotas, serão feitas escolhas estratégicas de localizações ou colocadas iscas para atrair o animal. Quando a onça passar pelo local e tiver a pata presa pelo laço, um transmissor será acionado. Depois de capturada, a onça será anestesiada e passará por um atendimento veterinário, onde serão recolhidos material sanguíneo e realizada a medição, a pesagem e a identificação do sexo. O felino também receberá uma coleira de monitoramento via satélite. Conforme a UFJF, depois de passar por todas essas etapas, a onça será levada para uma área florestal ampla, distante de área urbana, onde corra menos riscos. Na área da Mata do Krambeck, que inclui o Jardim Botânico, foram identificados perigos, como a caça do animal, atropelamento ou até mesmo ser ferido ou abatido, conforme o grau de incidente na reação de moradores com a presença do felino.
O felino vem sendo monitorado desde 26 de abril, dia seguinte à primeira visualização dele por um vigilante do Jardim Botânico. Quem lidera o monitoramento é o professor Artur Andriolo, do Departamento de Zoologia, acompanhado do professor Pedro Nobre, que tem conseguido capturar imagens do animal durante a noite.