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Moradores reclamam das condições do micro-ônibus que atende quatro bairros

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(Foto: Mariana Souza)
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Moradores dos bairros São Bernardo, Bosque dos Pinheiros, Jardim do Sol e Aracy têm manifestado insatisfação com as condições do ônibus 424, único a atender essas regiões. O veículo utilizado para a linha é um micro-ônibus, o que tem gerado reclamações devido à capacidade reduzida e às dificuldades no atendimento da demanda.

Anteriormente, os bairros São Bernardo, Bosque dos Pinheiros e Jardim do Sol eram atendidos pela linha 437. No entanto, ela foi desativada em uma data não especificada nos registros disponíveis. Com isso, a linha 424, que inicialmente atendia apenas o bairro Aracy, passou a incorporar o trajeto da antiga 437, ampliando seu percurso para abranger os quatro bairros.

A moradora do bairro São Bernardo, Silvânia Maria de Souza Soledo, utiliza o transporte público diariamente e enfrenta diversas dificuldades com o micro-ônibus da linha 424. Além do aperto dentro do veículo, que a faz preferir viajar em pé na parte da frente a se deslocar para o fundo, ela destaca a necessidade de deslocamento: muitas vezes, precisa ir até outro bairro para conseguir pegar um ônibus. A falta de espaço e a presença de apenas uma porta tornam a viagem ainda mais complicada, especialmente na hora de desembarcar. Para ela, a solução seria substituir o micro-ônibus por um veículo maior, que pudesse transportar mais passageiros com mais conforto.

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Em nota, o consórcio Via JF informou que a desativação da linha 437 ocorreu há alguns anos devido à baixa demanda de passageiros. Em nota, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) informou que a linha 424 atua com o micro-ônibus por questões operacionais, pois seu trajeto inclui trechos que não comportam um veículo tradicional.

A Tribuna acompanhou o percurso do veículo em dois horários e constatou que a alta demanda nos períodos de pico faz com que o ônibus fique lotado, causando desconforto aos passageiros e atrasos nas viagens.

Outros ônibus sofrem alteração

Além da 424, outras linhas atendiam parcialmente esses bairros. No entanto, com a obra de drenagem na Rua Cesário Alvim, a Rua Piaui foi temporariamente interditada, o que impactou a circulação dos ônibus na região. Desde o dia 11 de fevereiro, o trecho entre as ruas Cesário Alvim e Goiás, no São Bernardo, está bloqueado para a instalação de uma nova galeria de drenagem pluvial, exigindo ajustes no tráfego local.

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A Prefeitura recomendou que os motoristas utilizem rotas alternativas. Além disso, devido à interdição, as linhas 422, 430, 431, 432, 433 e 434 precisaram adotar desvios em seus trajetos, o que também afeta o transporte público na região.

Alteração no trânsito confunde moradores e motoristas

As mudanças no trânsito devido às obras na região têm causado dúvidas tanto para os moradores, quanto para os motoristas de ônibus. Uma moradora da Rua São Bernardo, que preferiu não se identificar, relatou que, além do tempo de espera prolongado, a superlotação dos veículos dificulta a descida no ponto correto. Muitas vezes, ela precisa seguir até um ponto mais adiante, onde há maior fluxo de desembarque, para conseguir sair do ônibus.

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Outro problema apontado é a falta de informações claras sobre o trajeto. Antes e após o andamento das obras, alguns ônibus têm seguido o percurso normal, enquanto outros fazem o desvio, o que tem causado confusão entre passageiros e motoristas. Segundo os moradores, já houve casos em que condutores, sem saber da interdição, tentaram seguir o trajeto original e precisaram retornar, aumentando ainda mais os atrasos.

Uma moradora do São Benedito ressaltou que as mudanças não afetam apenas os bairros diretamente impactados pela obra, mas todos que utilizam as linhas. Para ela, a falta de padronização no itinerário tem tornado o percurso imprevisível, resultando em transtornos para os usuários do transporte coletivo, como tempo maior de viagem e atrasos nos horários. 

Obras na Cesário Alvim devem ser finalizadas em abril

As obras de drenagem na Rua Cesário Alvim, que deveriam ser concluídas em fevereiro, seguem em fase final de execução. A Prefeitura anunciou que, na última segunda-feira (24), iniciaria o processo de asfaltamento da via, última etapa da intervenção.

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Os trabalhos começaram em agosto de 2023  e tinham prazo estipulado de 18 meses, ou seja, a entrega deveria ter ocorrido em fevereiro. O contrato, firmado com a empresa Black Engenharia, de Belo Horizonte, tem valor de quase R$ 12,1 milhões e vigência de 24 meses. Segundo a PJF, a diferença entre o prazo da obra e a vigência do contrato se deve a trâmites burocráticos, como a emissão da Ordem de Serviço e processos de prestação de contas.

A obra, realizada pela Secretaria de Obras (SO) e pela Cesama, visa solucionar os recorrentes alagamentos e enxurradas na região. Além do novo sistema de drenagem, duas redes de esgotamento sanitário estão sendo implantadas para separar o esgoto doméstico do sistema pluvial e garantir maior eficiência no abastecimento de água.

Nesta reta final, será feita a regularização do subleito e a preparação da base para aplicação do asfalto definitivo, que será executado pela Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanidades (Empav). Para minimizar os transtornos aos moradores, caminhões-pipa continuarão sendo utilizados para reduzir a poeira decorrente do serviço.

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Até o momento, foram entregues 1,4 quilômetro de tubulação em polietileno de alta densidade (Pead) e mais de 700 metros de galerias de concreto pré-moldadas. A intervenção faz parte de um contrato maior que também inclui melhorias em outras ruas da região e é custeada pelo Fundo Municipal de Saneamento Básico, aprovado em 2021.

A Tribuna entrou em contato com a Prefeitura para obter a nova previsão de entrega e foi informada que a intervenção está com quase 90% dos serviços concluídos, com previsão de finalização no início de abril.

As obras nas ruas Doutor Almada Horta, Padre Arnaldo Jansen e Palmira Pessoa já foram concluídas, assim como a Rua Goiás, que recebeu drenagem e pavimentação. A Rua Cesário Alvim teve sua galeria de captação de águas instalada e começou a ser asfaltada na última segunda-feira (24). Já o trecho da Rua Moacyr Siqueira, entre as ruas Piauí e Goiás, será entregue em março, conforme a PJF.

Após a conclusão desse trecho da Rua Moacyr Siqueira, as obras seguirão para a Avenida Sete de Setembro, onde será realizada a última fase do projeto.

*estagiária sob a supervisão da editora Gracielle Nocelli

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