Morreu nesta quinta-feira (4), aos 78 anos de idade, o jornalista Adilson Zappa, graduado bacharel em Jornalismo pela Faculdade de Filosofia e Letras da UFJF e nomeado o primeiro diretor da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora, criada em 1990. Antes de assumir a direção, atuou como coordenador do curso de Comunicação Social, na época vinculado à Faculdade de Filosofia e Letras, entre 1972 e 1974, e como chefe do Departamento de Jornalismo, na Faculdade de Direito, entre 1981 e 1990. Zappa foi vítima de trauma cranioencefálico, insuficiências renal e respiratória e pneumonia. O corpo está sendo velado na tarde dessa quinta-feira (4) no Cemitério Parque da Saudade e será sepultado no Cemitério da Glória, às 10h, dessa sexta-feira (5). A UFJF expressou pesar profundo pelo falecimento do professor por meio de nota. Zappa também é sócio-fundador da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa da Comunicação e recebeu o título de professor emérito concedido pelo Conselho Superior da UFJF em 2005.
Em sua trajetória, Adilson Zappa foi reconhecido pela dedicação e amor empenhados em todas as suas atividades. “Ele brigou incessantemente para que a Faculdade de Comunicação saísse da condição de mero Departamento da Faculdade de Direito e se tornasse uma unidade independente com a credibilidade do já existente Curso de Jornalismo”, contou o professor e diretor de Imagem Institucional da UFJF, Márcio Guerra, que foi sucessor de Zappa na direção da Faculdade. “Ele era uma pessoa muito apaixonada pelo que fazia. Era muito ligado à Escola de Samba Turunas do Riachuelo, torcedor apaixonado do Tupi e do Botafogo.”
Zappa, de acordo com Márcio Guerra, também é reconhecido pela luta em campos como o Conselho Superior da Universidade. “Ele sempre teve uma atuação muito forte e muito presente no movimento sindical.” Para o jornalismo, a figura do primeiro diretor da Faculdade de Comunicação é de um combatente. “Ele não parava de fiscalizar o papel da imprensa, ficava incomodado com a forma como, às vezes, as notícias eram tratadas. Ele sempre foi um pauteiro exemplar. Ensinava a fazer a pauta na faculdade e se incomodava quando via algo que não estava no noticiário. Ele ligava para as redações, escrevia e cobrava. É um exemplo de mestre na Comunicação.”
O diretor de teatro José Luiz Ribeiro, aluno da terceira turma do curso, a mesma turma de Zappa, lembra que o amigo se dedicou à formação dos profissionais. “Ele é um companheiro querido! Uma pessoa correta, brigão, que atuou no desligamento da Faculdade de Direito e na transformação do Curso de Comunicação Social.” José Luiz relata que Zappa trabalhava com jornalismo opinativo e ensinava os alunos a lutar pela profissão. “Ele deixa uma história de guerra na Universidade, por um curso que era considerado menor. Era um lutador, mas também era uma pessoa extremamente sensível. Era coralista, cantava pela UFJF.” Zappa se aposentou em 1994 e não deixou filhos.