Cerca de R$ 60 mil foi o montante que uma idosa, de 73 anos, perdeu depois de ter sido vítima do crime conhecido como golpe do “falso funcionário”. O caso foi registrado pela Polícia Militar, na noite desta quinta-feira (2).
A vítima, moradora da região da Cidade Alta, relatou que recebeu uma ligação no seu telefone fixo, por volta das 20h, de uma pessoa que se identificou como funcionário da agência bancária da qual a idosa é cliente. O homem disse que era do setor segurança da instituição e que precisava que a vítima fizesse o reconhecimento de algumas transações estranhas que tinham sido realizadas na conta dela. Segundo o tal funcionário, o cartão da idosa teria sido utilizado no Rio de Janeiro e era necessário a realização de alguns procedimentos para efetivar o cancelamento das supostas transações desconhecidas pela vítima.
Após alguns instantes, no qual as transações suspostamente teriam sido bloqueadas, o tal funcionário pediu para que a vítima fizesse transferências bancárias para uma conta cofre, com o objetivo de testar se o sistema havia bloqueado as tais transações desconhecidas. O valor inicial orientado por ele foi de R$ 28.800, transferido para a conta em nome de uma outra pessoa.
Ainda segundo a vítima, o homem a perguntou qual seria o seu limite e, posteriormente, solicitou uma nova transferência, via Pix, para continuar a testar o bloqueio das transações. Seguindo a nova orientação, a mulher fez um Pix no valor de R$ 31.792 para uma conta também em nome de uma terceira pessoa.
Todavia, conforme a senhora, em razão das movimentações atípicas, o sistema bloqueou o uso por segurança. O suposto funcionário solicitou que a mulher tentasse novamente fazer as operações, o que foi impedido pello banco. O golpista disse à vítima que ela receberia uma ligação oficial da agência, questionando se tinha sido ela a responsável pela realização daquelas movimentações e que ela deveria confirmar.
Um tempo depois, ela recebeu de fato uma ligação do setor de segurança do seu banco. No entanto, foi alertada que tratava-se de um golpe, uma vez que a instituição não realiza esse tipo de contato e que ela deveria comunicar o crime para a polícia. Ao todo, a idosa teve o prejuízo de R$ 60.592.
O caso deverá seguir para investigação da Polícia Civil.
Consumidor deve evitar fornecer informações pelo telefone
O tipo de crime no qual a idosa foi lesada tem registros frequentes na cidade. Balanço da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais mostra que houve aumento de 13% dos estelionatos em Juiz de Fora entre 2019 e 2020. Já este ano, de janeiro a julho, foram 1.325 ocorrências, uma média de seis casos por dia.
As autoridades da área de segurança alertam que os crimes que envolvem ligações telefônicas ou mensagens recebidas de pessoas que se identificam como funcionários de bancos ou de operadoras de cartão de crédito envolvem quadrilhas muito habilidosas e persuasivas, que, muitas vezes, fazem as pessoas acreditarem na veracidade da situação.
Segundo as autoridades, em caso de uma ligação nesse sentido, o consumidor deve evitar fornecer qualquer informação antes de ter certeza de quem está do outro lado da linha. A orientação é não ter vergonha de desligar o telefone, e a própria pessoa ligar para o banco ou operadora do cartão, a fim de confirmar e evitar o prejuízo.
A vítima deve registrar um boletim de ocorrência policial e fazer uma reclamação no Procon de seu município. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 14, a responsabilidade dos fornecedores é objetiva e a não proteção dos dados pode ser considerada falha na prestação do serviço, cabendo aos fornecedores o ônus de eventuais negligências.