Os médicos do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Misericórdia de Santos Dumont ameaçam suspender as atividades de sobreaviso e ambulatório da unidade nos próximos dias. Segundo a nota, os motivos seriam a falta de anestesista na instituição, que conta somente com um profissional, falta de aparelhos de diagnóstico por imagem, desabastecimento de medicamentos e insumos, além de atraso no pagamento desses profissionais para o cumprimento do sobreaviso. O delegado regional do Conselho Regional de Medicina (CRM), José Nalon de Queiroz, enfatiza que o sobreaviso precisa ser remunerado. No entanto, ele lembra que qualquer paralisação não pode prejudicar a urgência e emergência do hospital.
Segundo o superintendente Regional de Saúde, José Eduardo Amorim, o Governo estadual tem um contrato de gestão compartilhada com a instituição hospitalar e envia um recurso de R$ 600 mil ao mês para custeio da unidade. No entanto, o repasse está dois meses atrasado. “Já foram providenciados o pagamento desses recursos, que devem cair ainda no início deste mês.” O superintendente acrescentou que também há atrasos de repasse de recursos por parte da Fundação de Apoio ao Hospital Universitário da UFJF (Fundação HU), gestora da instituição.
Por meio de nota, a Fundação HU informou que, “em função dos seguidos atrasos de repasses estaduais e municipais ao hospital, a instituição vem passando por constantes dificuldades quanto aos pagamentos dos fornecedores e encargos. Ademais, neste momento, o panorama estabelece um possível atraso no pagamento dos funcionários, caso a situação não seja regularizada de forma imediata, com o repasse dos valores em atraso e pagamento em dia dos repasses vincendos”. No entanto, a instituição afirma que os recursos do hospital devem ser restabelecidos e que as instâncias devidas foram contatadas para solucionar o impasse. A Tribuna entrou em contato com a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Santos Dumont, que preferiu não se pronunciar sobre o assunto.