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‘Essas rampas são para inglês ver’

Na hora de ir embora, arrisca-se em meio aos carros
Na hora de ir embora, arrisca-se em meio aos carros
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Um dia após a Tribuna mostrar as condições da acessibilidade em Juiz de Fora, fica evidente a necessidade de reparos nas calçadas da região central da cidade, como propõe o projeto “Safári urbano”, da Prefeitura. “Essas rampas são para inglês ver”, afirma o auxiliar administrativo Walter Gama, 49 anos, cadeirante há 30. Todos os dias, para chegar ao trabalho, ele vive desafios e perigos dignos da selva de um verdadeiro safári.

Walter denunciou sua situação à Tribuna depois de ler a matéria ‘Desafio nas calçadas’. “Há cinco anos, tenho o dissabor de ter que pedir favor aos transeuntes para o simples ato de atravessar a Avenida Francisco Bernardino, próximo à Rua Floriano Peixoto.” De um lado da via, a rampa, posicionada junto à faixa de pedestres, não é adequada para cadeiras de rodas. “Se eu descer por aqui, caio.” Do outro, as danificações dificultam a circulação. A travessia é sempre feita em meio aos carros e com a ajuda de terceiros, duas vezes por dia. Para seguir pela avenida, ele também vai pelo asfalto. “Pela calçada é impossível, tem muitos buracos e degraus.”

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O cadeirante contabiliza já ter abordado cerca de 2500 pessoas para ajudá-lo a cruzar a avenida ao longo desses anos. “Alguns me ignoram, outros batem a mão nos bolsos sinalizando negativamente, como se eu estivesse pedindo esmolas. Até quando nós, cidadãos contribuintes e ativos, ficaremos à mercê da boa vontade alheia?”

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