Maria Fé de Miranda, que completou 97 anos no último sábado (1º de agosto), sempre gostou de festas e de casa cheia. Mãe de oito filhos, avó de 24, bisavó de 17 e tataravó de cinco, a matriarca da família Miranda celebrou sua nova idade de forma diferente neste ano. Triste por não poder juntar os familiares para celebrar seus 97 anos devido à pandemia, a idosa ganhou uma surpresa emocionante: os parentes fizeram uma carreata em frente à casa dela, no Bairro Vila Ideal, Zona Sudeste da cidade, com direito a bolo, carro de som, balões e muito amor.
A ideia da celebração a distância foi da neta Cássia Miranda Segregio. Ela conta que nos anos anteriores, o movimento na casa começava na semana anterior às comemorações. “Ela faz biscoitinhos e cocada para receber a família, e o esposo, que completa 99 anos em 2020, faz a famosa ‘Rosca do vô Pedro’. A família já começa a chegar e, geralmente no dia dos aniversários e no fim de semana próximo, tem festa, família unida e comemoração”, disse.
Neste ano, entretanto, devido às medidas de isolamento social adotadas para evitar a transmissão do coronavírus, os Miranda decidiram fazer uma carreata para demonstrar o carinho pela matriarca. Tudo foi combinado por meio de um grupo de WhatsApp. Para que todos, de alguma forma, participassem, foram montados kits de festa com bolo, docinhos e refrigerante, para os familiares comerem dentro dos seus carros.
Moradora do Bairro Vila Ideal há mais de 50 anos, Maria não conteve a emoção quando viu os 14 carros enfeitados se aproximando. Da varanda da casa, junto com o esposo Pedro, a idosa recebeu, também de longe, os parabéns dos vizinhos. “Para que a gente evitasse aglomeração, convidamos para a carreata só os familiares. Foram cerca de 35 pessoas. Como ela é muito querida no bairro, quando os vizinhos viram, saíram nas portas, cantaram parabéns… Foi muito emocionante. Ela falou que a ajudou a levantar o astral”, contou a neta Cássia.
A surpresa ainda teve a participação do filho mais velho, de 77 anos, que mora em Goiânia e, pela primeira vez, não pode vir à celebração. “Ele enviou uma mensagem que foi reproduzida pelo carro de som que contratamos. Ela ficou muito feliz quando escutou a voz dele. Ao final, meu avô ainda buscou a gaita e tocou para ela”, contou Cássia à Tribuna.
