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Apae volta a funcionar após tragédia na BR-040

apae couri
Foto: Felipe Couri
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A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Juiz de Fora voltou a funcionar normalmente nesta quarta-feira (2), dois dias após um acidente no km 767 da BR-040 matar quatro integrantes da equipe técnica da Federação das Apaes do Estado de Minas Gerais (Feapaes MG), responsável pela intervenção na entidade local. No domingo à noite, as vítimas se deslocavam de Belo Horizonte para Juiz de Fora para prestar consultoria quando a Van em que viajavam foi atingida por um Fiesta, que teria tentado se desviar de uma bicicleta que atravessou a rodovia na altura de Barbacena.

Além dos quatro ocupantes da Van, três pessoas do Fiesta, com placas de Esmeraldas, entre elas um bebê de 8 meses, e o ciclista de 16 anos, morreram no acidente. Outros três ocupantes da Van ficaram feridos, dois deles permanecem internados: o diretor financeiro da Feapaes, Milton Gontijo, e a consultora técnica da federação, Júnia Lima, ambos membros da equipe interventora. De acordo com a informação oficial repassada pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) nesta quarta-feira, Júnia permanecia estável no Hospital Regional de Barbacena. Já Milton, segundo a coordenação da Apae, teria sido transferido para a UTI em Belo Horizonte e passa bem.

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Intervenção modificou realidade da Apae

A Apae JF está sob intervenção da Feapaes desde fevereiro. A ação foi solicitada por pais de usuários e funcionários durante crise financeira na instituição, que corria o risco de fechar. Integrantes da equipe técnica da federação passaram a frequentar Juiz de Fora pelo menos uma vez por mês, prestando consultoria e auxiliando os funcionários, com o objetivo de regularizar a situação da instituição. A vice-presidente da Feapaes, Cleusa Borges, passou a ser, também, uma das principais representantes da Apae JF, e atuava na entidade semanalmente. Além dela, morreram no acidente Darci Fioravante Barbosa (consultora técnica), Kamilla Israel (auxiliar-administrativa) e Luiza Costa (coordenadora-técnica).

Fragilizados com a situação, os funcionários da Apae garantem que o funcionamento da entidade, que atende cerca de 420 usuários, continuará normalmente. “Duas pessoas que respondiam burocraticamente pela Apae estavam na Van. Uma delas faleceu. A outra ainda está internada. Nosso pensamento agora é o de esperar a federação se reestruturar, porque foi uma perda muito grande para todos nós. Temos condições de continuar, seguindo tudo que esta equipe nos ensinou”, afirma a coordenadora de Assistência Social da Apae, Elizabeth Novaes.

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Para os trabalhadores da entidade, a intervenção executada pela Feapaes contribuiu para modificar a realidade da Apae. No ano passado, muitos funcionários ficaram sem receber seus salários. Além da regularização da situação financeira, também passaram a ser feitas capacitações. “De fevereiro para cá, essa equipe vem acompanhando nosso trabalho e nos orientando. Todas as Apaes do estado são vinculadas à federação, mas a unidade de Juiz de Fora estava afastada. Com essa retomada, enquanto funcionários, percebemos muita melhora, pois eles conseguiram regularizar quase tudo”, declarou Elizabeth.

Segundo o assistente financeiro da Apae, Júlio César Netto, 95% das documentações e contas da instituição estão regularizadas. “Estava tudo nos trilhos com essa equipe. Acredito que agora, algumas coisas ficarão mais lentas, mas vamos manter tudo que já estávamos fazendo e unir forças com a sociedade para abraçar a Apae nesse momento difícil.” À Tribuna, ele destacou que o sentimento é de gratidão, sensação corroborada pela psicóloga da entidade, Nathalia Azevedo.

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“É importante ressaltar que a federação veio para resgatar nossa Apae e conseguiu, nos últimos meses, fazer um trabalho brilhantemente. Cada uma daquelas pessoas contribuiu para chegarmos onde estamos hoje. Sem a federação, não estaríamos com as portas abertas. Temos muito a agradecer, mas ainda precisamos muito da federação e não vemos a possibilidade de ficar sem esse auxílio”, admitiu Nathalia.

De acordo com os funcionários, o montante recebido pela entidade por meio de convênio com a Prefeitura e com o Ministério da Saúde é o suficiente para manter a instituição funcionando. No entanto, para investir em melhor atendimento para os usuários, mais verbas são necessárias. A população pode contribuir com doações de roupas para o bazar, mantimentos ou dinheiro. Basta entrar em contato com a instituição pelo telefone 3224-3065 e pedir orientações para efetuar doações.

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