Novas 225 câmeras, com tecnologia de reconhecimento de caractere óptico (OCR) e inteligência artificial embarcada, reforçam a segurança pública de Juiz de Fora, totalizando 333 equipamentos a partir desta quarta-feira (3). Os “olhos” estão espalhados por pontos estratégicos urbanos – como ruas, praças, e locais de grande fluxo – e também na Zona Rural, promovendo um cinturão em torno da cidade, sobretudo nos entroncamentos com a BR-040, para dificultar a entrada de armas, drogas e criminosos.
A instalação tecnológica é de responsabilidade da empresa vencedora de licitação da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), Emive, e o controle é realizado no Centro de Monitoramento e Operações da Guarda Municipal, em uma sala no segundo andar do antigo posto policial do Bairro São Mateus, Zona Sul. A partir das imagens, carros furtados ou roubados, até em outros estados, poderão ser identificados, assim como suspeitos com mandados de prisão em aberto. As forças de segurança terão acesso às imagens, e a ideia é que policiais também possam atuar de forma integrada no espaço diante das telas. Além disso, o armazenamento das gravações por até 60 dias vai auxiliar os trabalhos de investigação das polícias Civil e Federal.
A inauguração aconteceu na manhã desta quarta na praça do São Mateus, com a prefeita Margarida Salomão (PT) e diversas autoridades ligadas à segurança pública. O sistema também será utilizado pela Defesa Civil, para o monitoramento de áreas de riscos geológicos, e pela Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU), para o atendimento das demandas pertinentes. Além das 225 novas câmeras, as 54 do projeto Olho Vivo, instaladas há cerca de dez anos, serão renovadas e integradas ao sistema atual. As 54 lentes de radares, disponibilizadas às forças de segurança pública desde dezembro de 2022, complementam o monitoramento.
“Estamos fazendo um investimento histórico na cidade, de R$ 2,5 milhões. Essas câmeras novas foram adquiridas para que as forças de segurança, que têm, inclusive, funções diferentes das nossas, possam também cumprir melhor o seu papel (…). Com esse esforço, melhoramos muito a condição de a cidade estar mais segura”, avalia a prefeita. “Temos condições de acompanhar o que está se passando nos limites do município. Se for necessário, somos capazes de fazer uma ‘muralha’ de inteligência para garantir uma segurança melhor.” Para Margarida, a integração com as forças de segurança é essencial. “Temos a possibilidade de acompanhar o trânsito e qualquer tipo de situação social que possa trazer preocupação.”
O projeto de monitoramento foi desenvolvido e coordenado pela Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc), com a colaboração das secretarias de Governo, Mobilidade Urbana (SMU) e de Transformação Digital e Administrativa (STDA). “O projeto também visa a melhorar a qualidade dos serviços públicos municipais, pois irá facilitar o diálogo e integração entre as diversas pastas da PJF“, destaca a Prefeitura.
Os pontos monitorados foram definidos em conjunto com as polícias Militar e Civil. “A decisão de investimento nesse projeto data do final de 2022. Nessa oportunidade, a PJF e representantes das polícias estaduais se reuniram para buscar estratégias conjuntas para a redução dos homicídios na cidade. Além da decisão de compartilhamento das imagens geridas pela PJF, foi reforçada a importância de colocação de câmeras em algumas áreas descobertas da cidade, principalmente, nas entradas e saídas da cidade, incluindo também alguns pontos da Zona Rural. Assim, é possível maior controle de entrada de armas, drogas e criminosos de outras regiões em nossa cidade”, enfatiza a PJF.
Polícias apostam em avanços
Presente na inauguração das 225 câmeras, o subcomandante do 2º Batalhão da PM, major Jean Michel Amaral, ressalta que o trabalho começou com a escolha dos pontos onde as câmeras seriam instaladas. “Além dos locais onde aquelas do Olho Vivo já atuam, importantes para nós, essas câmeras vêm complementar. A tecnologia embarcada nesse projeto facilita a identificação de pessoas e de placas de veículos. As câmeras criam um ‘escudo digital’ ampliado em Juiz de Fora, monitorando todas as principais vias da cidade. E, hoje, dependendo do tipo de crime, o veículo é a principal ferramenta para que o infrator possa evadir.”
O delegado regional da Polícia Civil em Juiz de Fora, Bruno Wink, aponta o avanço na segurança, tanto pela quantidade e qualidade dos equipamentos, quanto pela sua distribuição, reforçando um cinturão de segurança e identificando os pontos sensíveis. “Para a Polícia Civil, isso é essencial, porque estamos falando diretamente de provas. Quanto mais amplitude temos de captura dessas imagens e qualidade, melhor prova teremos. Há crimes em que trabalhamos com vários elementos e circunstâncias do fato, mas dependemos de algo estritamente objetivo, que pode ser uma imagem: um boné diferente, um rosto, uma placa de carro. Muitas vezes isso é determinante para a apuração do delito.”
Nesse mesmo sentido aposta o policial à frente da comunicação social da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Juiz de Fora, Junie Penna. “O que esperamos desses sistemas de segurança pública interligados é maior efetividade nas ações, sejam elas municipais, estaduais ou federais. Precisamos de fato que as coisas funcionem de forma síncrona e que possamos atuar em conjunto, porque a criminalidade não tem circunscrição.”
Câmeras são meta do Plano Municipal de Segurança
Umas das metas do Plano Municipal de Segurança Urbana e Cidadania (Lei 14242/2021) diz que cabe ao poder público municipal incentivar e cooperar para a melhoria, aprimoramento e expansão de políticas públicas de videomonitoramento, a exemplo do Programa Olho Vivo. Outra meta é criar um centro integrado para atuação conjunta das forças de segurança, o que já esboça a iniciativa da sala para observar as 225 novas câmeras.
O projeto de monitoramento foi desenvolvido e coordenado pela Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc), com a colaboração das secretarias de Governo, Mobilidade Urbana (SMU) e de Transformação Digital e Administrativa (STDA). “O projeto também visa a melhorar a qualidade dos serviços públicos municipais, pois irá facilitar o diálogo e integração entre as diversas pastas da PJF“, destaca a Prefeitura.
Para a efetiva integração entre as forças de segurança, Leandro explica que falta a Cemig avançar na energização de alguns pontos. “Embora a sala seja o Centro de Monitoramento e Operações da Guarda Municipal, ela está aberta e terá uma assento para cada força de segurança que quiser ocupar. É um espaço compartilhado.” Segundo ele, toda a manutenção do sistema também é feito pela Emive.
Os pontos monitorados foram definidos em conjunto com as polícias Militar e Civil. “A decisão de investimento nesse projeto data do final de 2022. Nessa oportunidade, a PJF e representantes das polícias estaduais se reuniram para buscar estratégias conjuntas para a redução dos homicídios na cidade. Além da decisão de compartilhamento das imagens geridas pela PJF, foi reforçada a importância da colocação de câmeras em algumas áreas descobertas da cidade, principalmente nas entradas e saídas da cidade, incluindo também alguns pontos da Zona Rural. Assim, é possível maior controle de entrada de armas, drogas e criminosos de outras regiões em nossa cidade”, destaca a PJF.