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JF e região já contabilizam nove mortes por gripe

vacinação interna priamo
A Secretaria de Saúde está promovendo busca ativa de vacinação em escolas e creches de Juiz de Fora (Foto: Fernando Priamo)
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Nove mortes em decorrência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foram registradas na Zona da Mata somente neste ano. Um dos óbitos ocorreu em Juiz de Fora e vitimou um idoso. Em todo o estado, 152 pessoas foram diagnosticadas com a síndrome. Destas, 36 morreram. A doença é causada pela combinação entre uma síndrome gripal simples e problemas respiratórios, podendo ser evitada com a vacina contra a gripe, mas continua fazendo vítimas no estado.

Conforme dados do último boletim epidemiológico da gripe — também conhecida como Influenza —, divulgado na segunda-feira (25) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), as mortes totalizam quase 40% dos 23 casos já registrados na região. Cataguases e Leopoldina registraram óbitos por SRAG e somam duas mortes cada uma. As cidades de Barbacena, Muriaé, Ubá e Visconde do Rio Branco tiveram uma morte confirmada cada uma.

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Em Juiz de Fora, além da vítima fatal, outros quatro pacientes hospitalizados também foram diagnosticados com a síndrome. Embora o óbito já confirmado na cidade tenha vitimado uma pessoa idosa, as crianças juiz-foranas também estão vulneráveis, visto que este foi o público-alvo com menor índice de cobertura vacinal após o encerramento da campanha de imunização na cidade. Segundo dados da Secretaria de Saúde, até o fim da semana passada, aproximadamente 18 mil doses foram aplicadas no público infantil, equivalente a apenas 66% do total de crianças com menos de 5 anos de idade no município. No total, a cobertura vacinal obtida na cidade foi 92,64%.

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Os dados refletem a baixa procura por imunização neste ano no país, principal forma de prevenção contra a SRAG, fator que levou à prorrogação da campanha de vacinação por duas vezes. De acordo com o Ministério da Saúde, foram registradas 44 mortes de crianças com até 5 anos no país por complicações relacionadas à gripe. O número é duas vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 14 crianças morreram.

Busca ativa

Com o objetivo de ampliar a cobertura vacinal, a Secretaria de Saúde está promovendo busca ativa de vacinação em escolas e creches da cidade. Nesta semana, agentes de saúde das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) vão atuar nos bairros Santa Cruz e São Judas Tadeu, na Zona Norte, e Furtado de Menezes, na Zona Sudeste.

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De acordo com a chefe do departamento de Vigilância Epidemiológica da Prefeitura, Michele Freitas, desde o início da campanha a pasta tem procurado escolas e professores para busca ativa da vacinação, ação em que a equipe de saúde desloca-se para vacinar aqueles que ainda não foram imunizados. Quando solicitado, a equipe também disponibiliza agentes de saúde para a vacinação em creches e escolas.

Também como medida para ampliar a cobertura, a PJF ampliou a vacinação contra a gripe para adultos a partir de 50 anos e para crianças entre 5 e 9 anos, enquanto houver doses para atender estes públicos. Para quem ainda não se vacinou, as doses estão disponíveis nas unidades básicas de Saúde (UBS); no Posto de Atendimento Médico (PAM) Marechal, térreo; e no departamento de Saúde da Criança e do Adolescente (DSCA), na Rua São Sebastião 772, Centro.

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Vacinação é melhor forma de prevenção, diz médico

De acordo com o médico infectologista Rodrigo Daniel de Souza, a vacinação contra a gripe é extremamente importante e é a principal maneira para evitar a doença e a SRAG, uma vez que a composição da vacina age especificamente na produção de anticorpos contra os diferentes vírus da Influenza. Para o médico, muitos pais ou responsáveis não dão devida importância à vacina por ela não ser disponibilizada durante todo o ano, fator que pode ter motivado a baixa cobertura vacinal no público infantil.  “Crianças que vão tomar a vacina pela primeira vez precisam de duas doses para garantir a eficácia, fato que, muitas vezes, leva a família a não voltar com a criança à unidade de saúde para tomar a segunda dose. Isso é gravíssimo, porque apenas uma dose não garante que ela fique imunizada”, alerta.

A vacina protege contra três tipos do vírus da gripe, mas não garante proteção para toda a vida. Portanto, pessoas pertencentes aos grupos prioritários – crianças com idade entre 6 meses e 5 anos, idosos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde e profissionais da educação – devem se vacinar todos os anos para garantir imunidade. Portadores de doenças crônicas não transmissíveis, povos indígenas aldeados, pessoas privadas de liberdade e funcionários do sistema prisional também têm direito a receber uma dose da vacina gratuitamente na rede pública de saúde.

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População deve ficar atenta para evitar contágio

Na Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), manifestação mais grave da gripe, o pulmão sofre uma inflamação, o que dificulta a troca de oxigênio no organismo. “Dependendo da gravidade, a musculatura pulmonar pode chegar à exaustão, causando problemas neurológicos, coma ou mesmo óbito. Portanto, é imprescindível a vacinação contra a gripe, principalmente para os grupos prioritários”, explica o médico infectologista, Rodrigo Daniel de Souza.

De acordo com o especialista, o efeito da vacina não é, necessariamente, imediato. Em geral, é preciso, aproximadamente, dez dias para que o organismo comece a desenvolver a defesa contra o vírus da gripe. “Nesse período, o indivíduo deve evitar aglomerações, evitando contato mais próximo com outras pessoas gripadas, além de lembrar sempre de higienizar as mãos. Uma das formas de se adquirir o vírus é por meio de gotículas respiratórias, mas também pelo contato com objetos ou pertences de pessoas contaminadas”, ressalta o médico.

Segundo ele, pessoas em que a síndrome viral se manifesta de forma leve, mas com risco de complicações, já devem se tratar com o antiviral, disponível na rede pública. Entretanto, o infectologista também pontua que os pacientes considerados em risco – idosos, gestantes, pacientes com asma, doenças cardíacas, doenças respiratórias, obesos – têm direito ao tratamento, mesmo com a síndrome sendo considerada leve.

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