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Parceria entre detentas e alunas de moda

Customização permite que mensagens sejam escritas na bolsa (Foto: Fernando Priamo/27-02-15)
Customização permite que mensagens sejam escritas na bolsa (Foto: Fernando Priamo/27-02-15)
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Corrigida em 5 de março de 2015, às 15h

Bolsas produzidas com material reciclável por detentas acauteladas na Penitenciária Ariosvaldo de Campos Pires recebem um toque especial a partir da customização em bordado desenvolvida por professoras e alunas do curso de moda do Centro Universitário Estácio de Sá. O material usado para a produção das peças é reaproveitado de empresas que destinam a matéria-prima ao projeto. Atualmente a Ita Persianas é a fornecedora. As 246 – sendo 46 customizadas – foram doadas para a Fundação Ricardo Moysés Júnior para que sejam vendidas nesta sexta-feira, das 10 às 22h, no evento Guest Fashion, no Victory Hotel, no estande do programa “Bem comum”.

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(Anteriormente, havia sido informado que o material era reaproveitado do aterro sanitário de Dias Tavares)

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A iniciativa partiu de uma parceria entre o Demlurb e a Secretaria de Estado de Defesa Social, na qual três acauteladas da Ariosvaldo se dedicam à confecção de bolsas de delicado acabamento, feito com o auxílio de máquinas de costura. Nas bolsas, haverá uma customização em formato de agenda com espaço para que a pessoa possa escrever votos de felicidade. “A moda é sempre associada a coisas fúteis, e nós temos o poder de mostrar o nosso papel social de fazer as pessoas se sentirem bem. A gente percebe que o valor dado às detentas se reverte em autoestima. É possível perceber como as pessoas se sentem bem e trabalhar isso”, explica a coordenadora do curso, Paula Campos.

O diretor-geral do Demlurb, Marlon Martins, explica que o projeto ampliou a parceria que já era desenvolvida pelo Demlurb junto aos presos no serviço de capina. “Levamos material para que as acauteladas passassem a trabalhar com artesanato. Nós as remuneramos e, a cada três dias trabalho, elas ganham um dia de redução na pena que têm a cumprir.” Segundo Marlon, a proposta tem caráter social e ambiental. “É uma parceria que ajuda ao meio ambiente por se tratar de reciclagem. Ao mesmo tempo, se torna uma atividade em várias frentes de convívio social, ajudando as acauteladas no processo de ressocialização e as entidades que precisam. A parceria com a faculdade deu ainda mais visibilidade ao projeto”, destaca.

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Expectativa

Para a diretora-executiva da fundação Ricardo Moysés Júnior, Jane Moysés, a expectativa é que todas as bolsas sejam vendidas durante a feira. “Toda a renda de eventos é destinada para suprir as despesas de todos os segmentos da fundação. Há 20 anos a fundação ajuda no tratamento de crianças com câncer de todo o estado. Os recursos serão revertidos em medicamentos, exames de alto custo, alimentação e tratamento dentário às crianças atendidas”, explica.

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Outras 60 bolsas e porta-lixos para carro também foram doados, na semana passada, ao Centro de Convivência Recriar, parceiro da Associação Pró Saúde Mental “Trabalharte”. Os materiais também foram produzidos pelas detentas, dentro da parceria com o Demlurb. As bolsas passarão pela customização e serão vendidas em um bazar para que a renda seja revertida em prol da instituição.

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