Ícone do site Tribuna de Minas

Campanha da UFJF viraliza nas redes sociais

Campanha foi estrelada por docentes da própria UFJF, incluindo o professor da Faculdade de Comunicação Social Wedencley Alves Santana (foto, à esquerda). (Foto: reprodução da internet)
Campanha foi estrelada por docentes da própria UFJF, incluindo o professor da Faculdade de Comunicação Social Wedencley Alves Santana (à esquerda). (Foto: reprodução da internet)
PUBLICIDADE

Quase três meses após o lançamento, a campanha da UFJF “Quantos professores negros você tem?” viralizou nas redes sociais em todo o país. Fotos dos banners espalhados pelo campus estão circulando na internet, recebendo mensagens de apoio dos internautas. As postagens ganharam força nos últimos dias entre pessoas que não são de Juiz de Fora e gostaram da iniciativa. A campanha da UFJF busca uma discussão sobre a desigualdade racial e foi lançada em novembro, no Mês da Consciência Negra. Nos cartazes, professores negros que atuam na universidade aparecem junto da frase “Quantos professores negros você tem?”. Logo abaixo, aparece a hashtag #nãoécoincidência.

Um dos personagens que estampam os cartazes da campanha é o professor da Faculdade de Comunicação Social Wedencley Alves Santana. “Num primeiro momento, quando fui contatado, não achei que seria uma campanha questionadora. Imaginei que seria algo mais institucional, reafirmando que a UFJF tem professores negros. Mas ela foi questionadora sim e transcende os muros da universidade. É uma pergunta que não tem a ver apenas com a UFJF. Tem a ver com todas as universidades e, muitas vezes, até com as escolas de ensino básico. Talvez por isso acabou viralizando na internet”.

PUBLICIDADE

Formado em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em comunicação pela mesma instituição e doutor em linguística pela Unicamp, Wedencley lembra que em sua época de graduação, nos anos 80, era um dos poucos negros nos bancos da faculdade. Hoje, ele acredita que o cenário vem mudando, principalmente após a instituição das cotas raciais, a mudança da estrutura das classes sociais no Brasil e a popularização do ensino superior entre as populações com renda mais baixa.

PUBLICIDADE

“É importantíssimo que o Estado proporcione mudanças reais. Não adianta acreditar que o aumento de professores negros no ensino superior, na ciência e na pesquisa é algo que naturalmente vai acontecer. Existem mudanças que são da própria história, mas é necessário que haja ações que possam acelerar esse processo”, defende o professor.

A campanha “Quantos professores negros você tem?” foi elaborada pela Diretoria de Ações Afirmativas da UFJF. O órgão, criado em 2014, tem a finalidade de promover condições institucionais que permitam a implementação e acompanhamento de políticas públicas voltadas às ações afirmativas na universidade, entre os discentes, docentes e técnico-administrativos em educação.

PUBLICIDADE

 

Sair da versão mobile