Em silêncio e de cabeça baixa, centenas de juiz-foranos caminhavam entre as ladeiras dos cemitérios, muitos com flores e velas nas mãos. A dor e a saudade de cada um encontravam conforto no abraço do outro ou na oração de todos. Desde sexta-feira, mais de 40 mil pessoas visitaram o Cemitério Municipal e o Parque da Saudade, os dois maiores cemitérios de Juiz de Fora. Especialmente nesta segunda-feira (2), o movimento foi intenso durante todo o dia.
A missa presidida pelo arcebispo metropolitano dom Gil Antônio Moreira no Cemitério Municipal reuniu cerca de 200 pessoas, que se protegiam do sol escaldante das 15h, dividindo espaço na sombra ou o mesmo guarda-chuva. “Dia de Finados é para agradecer a Deus a revelação da verdade sobre a morte. A morte não é o fim, é a passagem para uma vida definitiva junto de Deus.” O arcebispo destacou, também, a importância de rezar pelos entes queridos, que já passaram por esta vida, não só no dia de ação de graças.
E foram muitas as homenagens. A operadora de máquinas Gilda Freitas, 55 anos, foi visitar o túmulo da mãe no Cemitério Municipal. “Quando estou aqui, eu sinto que ela está bem perto de mim. Então, sempre venho para manter o túmulo dela limpo e florido.”Segundo o administrador do local, Emílio Bravo, a estimativa é de que 25 mil pessoas tenham passado pelo cemitério desde sexta-feira. De acordo com ele, houve alta na movimentação em relação ao ano passado. “Pensamos que teria uma queda. As visitas têm se dissolvido porque muitos deixam de vir no Finados para marcar presença no Dia das Mães e dos Pais.”
Já no Parque da Saudade, a estimativa é de que 15 mil pessoas tenham visitado o cemitério nos últimos dias. “Ultrapassou a nossa expectativa”, afirmou o gerente Firmino Possas, destacando o atrativo de não ter chovido. No cemitério, uma ambulância realizou atendimentos, a maioria relacionada ao calor intenso. Para Firmino, a tradição de visita no Dia de Finados permanece na cidade.
Os floricultores aproveitaram a data para ampliar as vendas. O proprietário de uma floricultura no Rio de Janeiro, Edmilson Luiz Vieira, trouxe seus produtos para a cidade. “Todo ano, venho vender minhas flores aqui. Lá no Rio não tem tanto essa tradição de ir ao cemitério no Dia de Finados como tem aqui.” Segundo ele, a flor mais procurada para a data é a flor do campo. Uma das compradoras foi a secretária Erika Santos, 43. “Eu venho ao cemitério todo Finados. Apesar de rezar pelos falecidos todos os dias, esta é uma data especial para homenageá-los.”