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Consórcio Via JF assumirá parte das linhas da Tusmil a partir de segunda-feira

linha de ônibus da empresa Tusmil consórcio manchester

Linhas de ônibus da Tusmil voltaram a operar nesta sexta-feira (Foto: Fernando Priamo)

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A substituição dos ônibus do Consórcio Manchester deverá começar já nesta segunda-feira (5). Segundo a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), 31 linhas serão substituídas por coletivos do Consórcio Via JF, composto pelas empresas Auto Nossa Senhora Aparecida Ltda (Ansal) e São Francisco. O anúncio foi feito pela prefeita Margarida Salomão (PT) em um vídeo nas redes sociais da Prefeitura. Margarida ainda garantiu que o emprego de todos os trabalhadores da Tusmil será mantido. 

No vídeo ela aponta para mudança nas linhas que atendem toda a área rural de Juiz de Fora, Cidade Alta e Zona Leste, bairros como Retiro e Jardim Esperança. No decorrer de três semanas, todas as linhas operadas pela Tusmil já serão substituídas. “Tivemos uma série de disputas na justiça e a solução que construímos é com máxima segurança jurídica. Por isso, levamos esse tempo de 60 dias para a decisão”  

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Durante o vídeo, a prefeita ainda afirmou que a empresa São Francisco comunicou a mudança dos proprietários. A Tribuna entrou em contato com o Consórcio Via JF que confirmou assumir as linhas, principalmente aquelas que não estão sendo feitas. “O município irá priorizar as regiões que não estão sendo atendidas hoje pela Tusmil.”

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Linhas da Tusmil que serão substituídas na segunda-feira

Decreto determinava mudança até o dia 23 de setembro

No último dia 15 de junho, a PJF publicou um decreto que determinou o rompimento do contrato firmado com o Consórcio Manchester, hoje formado exclusivamente pela empresa Tusmil. O decreto definiu ainda que a concessionária estava obrigada a prestar o serviço durante 90 dias. Após alguns entraves jurídicos, a Prefeitura manteve o processo para a rescisão unilateral do contrato. As discussões resultaram em paralisia do processo e prazo para uma definição foi readequado no dia 19 de julho. 

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Problema com o transporte público se arrasta há meses 

A reclamação dos usuários do transporte público de Juiz de Fora se arrasta há meses. A Tribuna publicou relatos de coletivos lotados, baixa oferta de ônibus ou linhas que foram retiradas durante a pandemia e não retornaram com a flexibilização das medidas restritivas.  

Na última quinta-feira (1), o aposentado, Sérgio Castro, de 82 anos, entrou em contato com a Tribuna e afirmou que a linha 426 (Grajaú) não passa há mais de 10 dias no bairro. Segundo ele, em contato com a empresa Tusmil, o responsável afirmou que o carro estava com problemas mecânicos e, enquanto não fossem resolvidos, o veículo não iria voltar. “Aí fica um monte de gente subindo e descendo o morro para poder ir trabalhar. Eu, quando saio de casa, tenho que pedir um táxi para voltar, porque não tenho mais mobilidade para subir aquela ladeira.”  

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Uma usuária do transporte público entrou em contato com a reportagem e reclamou da falta do ônibus da linha 220 (Bom Pastor/Manoel Honório). A PJF havia anunciado que a linha iria retornar na última quinta-feira (1º), após ficar desativada durante o período da pandemia. Porém, segundo ela, a linha não está trafegando. 

O morador do Bairro Nossa Senhora de Lourdes, Eduardo, que preferiu não ter o sobrenome divulgado, afirmou que os coletivos das linhas 443 e 444, que fazem atendimento na região, não circulam com regularidade. “Tem dia que passa, tem dia que não, além dos atrasos constantes.” De acordo com ele, não tem como contar com o ônibus para trabalhar, porque nunca sabe se vai conseguir chegar no horário ou não. “O pessoal que mora na Rua Horácio de Mello Brandão, costuma atravessar a ponte do trem e pegar os ônibus que vêm do Bairro Vila Ideal.” 

“Quando não é a falta de ônibus, é a redução do horário”

Já uma moradora do Bairro São Pedro abordou a questão da redução das linhas que atendem a região. O tema, inclusive, foi tema do primeiro podcast da Tribuna Corpo a Corpo, que tratou da dificuldade que estudantes e trabalhadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) têm encontrado para chegar até a instituição. 

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Segundo ela, o principal problema encontra-se na linha 449 (Nova Germânia), que, até chegar ao bairro, atravessa o campus da Universidade e toda a avenida principal do Bairro São Pedro. “Nisso, desde o centro, muita gente vai entrando e quando chega na altura do Hospital Monte Sinai, o ônibus já está lotado e os moradores do bairro não conseguem ser atendidos.” Ela menciona, inclusive, confusões envolvendo moradores e estudantes dentro do coletivo. “Já presenciei muita briga de morador xingando estudante, dizendo que aquele ônibus não é feito para atendê-lo. Quando não é a falta de ônibus, é a redução do horário. Então, se a pessoa não pegar aquele não sabe quando vai passar um outro.”

A Tribuna solicitou para a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU) e para a Tusmil sobre esses problemas específicos, mas não obteve retorno.

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