Os 20 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) do SUS, que haviam sido suspensos pelo Hospital Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ) sob alegação de necessidade de readequação para a continuidade do atendimento, serão retomados a partir desta quarta-feira (3), segundo afirmou a Secretaria de Saúde (PJF) à Tribuna. A pasta, no entanto, não esclareceu o que motivou a suspensão temporária por parte da unidade e também não informou sobre o novo acordo que levou à reabertura do serviço. Representantes da Prefeitura e da diretoria do hospital estiveram reunidos, nas últimas semanas, para negociações. Informações extraoficiais dão conta que a Administração Municipal teria feito uma nova proposta, aceita pela Maternidade, e novo contrato com o prestador. O conteúdo do acordo, contudo, ainda não foi divulgado ou comunicado pelas partes.
O hospital também não deu detalhes sobre a situação, mas confirmou a retomada dos 20 leitos. Em nota encaminhada ao jornal, no início de junho, a unidade havia comunicado que os serviços da instituição, contratados pela Prefeitura, já haviam sido reduzidos no último período de contratualização, em setembro do ano passado. Sobre a então suspensão dos leitos, a unidade afirmou que comunicou a Secretaria da Saúde com antecedência e dentro dos prazos definidos em contrato.
O secretário-executivo do Conselho Municipal de Saúde, Jorge Ramos, também confirmou à Tribuna a retomada do leitos. Pontuou, entretanto, que o órgão não foi comunicado oficialmente pela Prefeitura sobre detalhes do processo. Apesar disso, ele afirmou se tratar de “uma boa notícia”, já que a população de Juiz de Fora e região necessita muito desse tipo de atendimento.
Suspensão trazia grande prejuízo à população, segundo Ouvidoria
A Ouvidoria Municipal de Saúde também não foi comunicada oficialmente sobre a situação. Apesar disso, na época da suspensão dos leitos, a ouvidora municipal Samantha Borchear havia informado que a medida já prejudicava a rede de atendimento aos pacientes. “O impacto é muito grande, pois temos recebido diariamente familiares de pacientes com pedido de transferência para os mencionados leitos/pacientes. Eles aguardam dias nas unidades de urgência e emergência por uma vaga, e alguns morrem antes de conseguir leito, o que é muito doloroso”, declarou.
Segundo a ouvidora, Juiz de Fora possui, atualmente, 133 leitos do tipo UTI adulto na cidade, e que eles não dão conta de toda a demanda, já que o município atende uma população de 94 municípios da região.