Atualizada às 19h50
Um garoto de 11 anos ficou gravemente ferido ao cair de, aproximadamente, 15m de altura de um prédio em construção, no início da tarde desta quinta-feira (02), no Ipiranga, Zona Sul. De acordo com informações de moradores da região, a vítima é residente no bairro e brincava na obra, que fica na Rua Doutor Costa Reis, quase esquina com Avenida Darcy Vargas, quando sofreu a queda. O menino estaria no bloco dos fundos e teria caído na parte interna do edifício. O Corpo de Bombeiros e o Samu foram acionados. Os primeiros socorros foram prestados no local e, em seguida, o menino foi levado em estado grave para o Hospital de Pronto Socorro (HPS). De acordo com informações da assessoria da Secretaria de Saúde, o paciente passou por tomografia e permaneceu na sala de urgência, onde foi avaliado pela equipe de neurologia. Até o início da noite de quinta, ele estava em estado grave e sob os cuidados da clínica médica.
O acidente causou comoção e revolta entre os moradores, que denunciaram o fato de a construção estar parada há cerca de um ano, levando insegurança à região. “Ele estava sozinho brincando nesta obra abandonada e caiu nos fundos”, contou abalada Valdete Ramos, 48 anos, moradora do bairro e parente do garoto. Ela avisou a tragédia aos familiares e disse que a mãe dele iria seguir direto para o HPS. De acordo com ela, o menino teria saído do Curumim do Santa Luzia, mas, ao invés de ir para casa, foi brincar no local. Ele seria o filho do meio e teria duas irmãs.
O empresário Cleudes Faria de Melo, 43, contou que acompanhou o resgate do garoto. “Ele estava desacordado, com hematomas nos olhos e bem machucado”, lamentou. Ele acredita que a vítima estivesse soltando papagaio, porque a prática no local seria muito comum entre as crianças do bairro. “Todo mundo ficou sabendo, o pessoal foi se aglomerando e ajudou a acionar o socorro.”
Além do fato de crianças terem facilidade para entrar na construção e subir pelos andares dos dois blocos do edifício, inclusive para soltar pipa do terraço, usuários de drogas estariam frequentando o lugar. “Queremos pedir providências, porque já tem um ano que esta obra está parada. Já houve até incêndio (na entrada), e estão usando o local como ponto de entorpecentes”, denunciou Cleudes.
Moradora da Darcy Vargas, a dona de casa Lucimar Coelho, 48, falou que acessam facilmente o quintal de sua residência pela obra. “Já quebraram minha janela.” Ela acrescentou que sempre ficou angustiada de ver meninos e meninas no topo da construção. “Esta obra está um horror.”
De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Atividades Urbanas (SAU), a obra está licenciada. Fiscais da pasta estiveram no local nesta quinta e afirmaram que há indícios de que a construção está em andamento lento. Conforme a SAU, nunca foi recebida reclamação em relação ao prédio. A pasta informou ainda que a responsabilidade da segurança é da construtora.
A Tribuna tentou contato, por telefone, com a empresa cujo nome aparece na placa da obra, na tarde de quinta, porém, os dois telefones disponíveis na internet não completaram a ligação.