O veterinário Érico Furtado pontua que o vírus da febre amarela está circulando em todo o Estado de Minas Gerais e chegando a áreas onde há muito tempo não havia registro, como a Zona da Mata. Conforme ele, no último surto, em 2009, não houve notificação na região. “Mas o mosquito não respeita fronteira e continua migrando, resultando em casos em humanos no Rio de Janeiro. Além disso, estamos percebendo uma diminuição da população de primatas de modo geral. Aqui mesmo no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) percebemos a diminuição de micos que visitam nossa área. Foi uma redução drástica, e isso tem sido relatado por outros profissionais da área. Inclusive, há pesquisador que estima que esse é o pior surto da história em relação aos primatas e à febre amarela. Nas matas têm os macacos-pregos, guigós ameaçados de extinção, mas bugio e micos-estrelas são mais sensíveis ao contato com o vírus e, quando são acometidos pela doença, a mortalidade é alta. De surtos em surtos, em intervalos de cerca de oito anos, a diminuição tem sido grande em determinadas regiões. No Rio Grande do Sul, por exemplo, em 2009, houve extinção de certas espécies de bugio devido à febre, e temos notado que isso pode acontecer esse ano”, observa.
Érico sinaliza que o vírus nunca deixará de circular no meio silvestre e, por isso, faz-se fundamental controlar sua migração para os centros urbanos. “Hoje quem pega febre amarela são pessoas que estão no meio silvestre, foram pescar, fazer alguma atividade para dentro da mata, como buscar lenha e colher fruta. Dentro de área urbana, desde 1942, no Acre, não houve mais registro em meio urbano”.
>> Morte de animais deve ser informada a autoridades