Neste domingo (3), o Desbrasados Motogrupo realiza o projeto Vento no Rosto, que consiste em um passeio de triciclo com pessoas com deficiência visual, assistidas pela Associação dos Cegos de Juiz de Fora até o Mirante do Morro do Imperador. A ação visa a inclusão e a interação com eles, para proporcionar a sensação de liberdade que se tem com o vento no rosto. De acordo com o presidente fundador, Ed Campos, 54 anos, estão confirmados 30 triciclos, e a iniciativa contará com a presença de cerca de 40 motoclubes da cidade e região. A estimativa é que cerca de 300 pessoas participem do evento.
O trajeto do passeio parte da Associação dos Cegos, localizada na Avenida dos Andradas, às 9h30, passa pela Avenida Barão do Rio Branco, Avenida Itamar Franco, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Rua José Lourenço Kelmer e sobe o Morro do Cristo. No mirante, haverá uma pausa para as pessoas tomarem água de coco, um programa que foi escolhido pelos próprios participantes. Já na volta, as motos e os triciclos descem pelo Bairro Jardim Glória, com destino à associação.
Segundo o presidente da Associação dos Cegos, Luiz Eduardo Colares, dez pessoas que moram no local vão participar e os que são assistidos pela instituição foram convidados também. Ele ainda comentou que a aceitação ao projeto foi muito positiva, pois estão todos muito empolgados. “O que para nós é algo normal, um passeio de moto, para eles, que enfrentam algumas limitações de vida, está sendo uma grande novidade e gerando muitas expectativas. É uma oportunidade de as pessoas cegas conhecerem esse transporte.”
Colares ressaltou a importância do passeio com os triciclos como uma forma de lazer. Para ele, apesar das limitações sensoriais, a sensação de “vento no rosto” provoca a mesma liberdade que os motoqueiros relatam ao participar de motogrupos.
Motogrupo voltado às causas sociais
Em abril, o Desbrasados Motogrupo completa 14 anos. O grupo foi criado por Ed Campos, apaixonado por passeio de motos. Hoje são sete integrantes, que, além dos passeios por lazer, também estão engajados em organizar iniciativas sociais.
O projeto Vento no Rosto surgiu depois de um evento inclusivo que o motogrupo fez com a comunidade surda da cidade, um festival de rock, cuja repercussão foi muito positiva. “Depois disso, pensei em criar um evento para os cegos, foi quando surgiu a ideia de fazer esse passeio, que, a princípio, seria de moto”, relata Ed. Mas, ao conversar com o presidente da associação, ele decidiu mudar para os triciclos, para garantir mais segurança aos participantes.
O grupo já participou de diversos eventos solidários, como na Páscoa e no Natal, arrecadando doações, como alimentos, além de campanhas voltadas à saúde, como o Outubro Rosa, e as causas animais. Segundo o fundador é “muito gratificante ver a alegria no rosto das pessoas e sentir a verdadeira felicidade”. No dia 1° de junho, está programada a segunda edição do festival de rock para surdos na quadra da Escola de Samba Real Grandeza, na Avenida Brasil, que contará com a presença de um DJ surdo e diversas bandas.