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Saúde volta a ampliar horário de vacinação nos postos

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(Foto: Fernando Priamo)

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Márcio Itaboray, Michele Freitas e Beth Jucá falaram das medidas que estão sendo adotadas para proteger ainda mais a população (Foto: Fernando Priamo)
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Com o objetivo de ultrapassar 100% de cobertura vacinal em Juiz de Fora e imunizar toda a população contra a febre amarela, a Secretaria de Saúde voltou a ampliar o horário de vacinação nos postos de saúde. A partir de segunda-feira (5), as 63 unidades básicas de saúde do município permanecerão abertas no horário do almoço, das 11h às 13h, exclusivamente para vacinar quem ainda não se imunizou. A medida foi divulgada nesta quinta-feira (1º) pela secretária de Saúde, Elizabeth Jucá, com exclusividade à Tribuna. Neste sábado (3), 66 postos de vacinação também estarão abertos, das 8h às 17h, para imunizar quem ainda não recebeu nenhuma dose.

Conforme Beth Jucá, as medidas estão sendo adotadas para facilitar o acesso da população ainda não imunizada. “Vamos abrir no sábado para ter mais um momento de as pessoas irem se vacinar. Apesar de estatisticamente já termos cumprido a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, de 95% de cobertura vacinal, queremos passar dos 100% de cobertura”, explicou a secretária. Dados da pasta apontam que o índice de cobertura em Juiz de Fora é de 99,26%, com 521.372 doses da vacina aplicadas até esta quinta-feira.

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A meta de ultrapassar 100% está relacionada com o fato de muitos moradores da região buscarem se vacinar na cidade. A pasta acredita que um dos motivos para essa migração seria, inclusive, a facilidade de receber a dose, visto que algumas campanhas acontecem aos sábados ou devido ao horário ampliado, atendendo a uma demanda de pessoas que já costumam vir a Juiz de Fora para tratamentos médicos ou porque estudam na cidade.

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Apesar de este cenário também ser positivo, com mais pessoas que circulam pela cidade imunizadas, a secretaria está buscando intensificar a vacinação para os juiz-foranos, lançando mão da ampliação dos horários e realização de vacinação aos sábados. “Quem vem se vacinar aqui entra na estatística como se fosse daqui, mas não temos condições de mapear quantas pessoas de fora fazem isso, porque esses usuários dão endereço de Juiz de Fora. Por isso, estamos intensificando ainda mais a vacinação para a nossa população”, destacou Beth Jucá.

Dia D

A expectativa para este sábado é que o comparecimento aos postos de vacinação seja baixo, justamente porque a cobertura vacinal é alta na cidade. Por conta disso, a oportunidade é ainda melhor para quem ainda não se imunizou, de acordo com a gerente do departamento de Vigilância Epidemiológica da secretaria, Michele Freitas. “Consideramos importante que essas pessoas procurem os postos, principalmente aquelas que não têm tempo para se vacinar durante a semana. É mais um momento de aproveitar o sábado para vacinar. Todos os postos de saúde, os departamentos de saúde da Criança e do Adolescente e do Idoso e o PAM-Marechal estarão abertos das 8h às 17h para atender a população.”

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Desde o ano passado, a secretaria tem realizado ações para incentivar a imunização da população juiz-forana. Entre as ações estão a realização de três sábados especiais para vacinação, ampliação do horário de atendimento dos postos durante a semana e busca ativa em locais considerados prioritários, onde houve confirmação de mortes de macacos ou humanos por febre amarela. Conforme a pasta, de agosto de 2017 até semana passada, foram aplicadas 67.367 doses de vacina no município.

Secretaria segue conduta preconizada pela OMS

O secretário adjunto de Saúde e médico sanitarista Márcio Itaboray falou à Tribuna sobre a conduta adotada pelo Município a respeito da febre amarela. Ao lado da secretária de Saúde, Elizabeth Jucá, e da gerente do departamento de Vigilância Epidemiológica, Michele Freitas, ele destacou a necessidade de a saúde pública agir de acordo com os órgãos oficiais de saúde e classificou como “irresponsável” o compartilhamento de textos ou opiniões contrários às orientações do Ministério da Saúde.

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“As pessoas precisam entender que, na saúde pública, os procedimentos são diferentes dos adotados individualmente por outros profissionais de saúde. Seguimos o que é preconizado pelo Regulamento Sanitário Internacional. Ele é feito por especialistas, com base em assembleias de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS). Não podemos, em nenhum momento, agir sem embasamento. Obedecemos, em primeiro lugar, o Ministério da Saúde, que segue a OMS. Até respeitamos a opinião de médicos da área, mas a saúde pública não é o campo para testes”, pontuou Márcio.

Por isso, conforme Márcio, a secretaria confia no posicionamento de que uma única dose da vacina imuniza por toda a vida, assim como acredita em sua eficácia. “A OMS adotou o Regulamento Internacional em 2014 e, desde então, afirma que a dose vale para toda a vida. O Instituto Pasteur, que produz a vacina, também diz que uma dose é suficiente. A Fiocruz e a Secretaria de Estado de Saúde também defendem este posicionamento. A divulgação de posicionamentos contrários só confunde e prejudica a população.”

Questionado sobre o hiato de cerca de 2%, que pode deixar parte da população vulnerável mesmo tendo sido imunizada, o secretário adjunto explicou que, ainda assim, a vacina tem papel importante para proteger a população. “A soroconversão, que é quando a vacina ‘pega’, ocorre de 95% a 98% da população. Por isso, pode ser que algumas pessoas tomem a vacina e não fiquem imunizadas. Mas temos percebido que, em casos em que as pessoas se vacinaram e tiveram a doença, a febre amarela ocorreu de forma branda. Mesmo se não houve a soroconversão total, a pessoa ficou protegida. Por isso a vacina é tão importante”, defendeu.

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