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Hospitais de JF oferecem exames contra o câncer de pele

Cancer de pele Assessoria de Comunicacao HMTJ
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Para dar início à Campanha Nacional do Dezembro Laranja, mês de conscientização e combate ao câncer de pele, o Hospital Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ) realizará exames dermatológicos preventivos gratuitos em Juiz de Fora neste sábado (2). A ação acontece na recepção de ambulatórios – ao lado do Laboratório de Odontologia – das 8h às 13h. O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF) também recebe a campanha, na unidade Dom Bosco, entre 9h e 13h. Qualquer pessoa que identificar pintas ou manchas suspeitas de câncer de pele pode se dirigir a um dos locais para ser avaliada e orientada pela equipe de dermatologistas.

A ação é estimulada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e o HMTJ é parceiro da iniciativa. A equipe terá apoio do Serviço de Especialização em Dermatologia da Suprema e do Serviço de Dermatologia da Maternidade. Segundo o HMTJ, serão distribuídas senhas na chegada dos pacientes, já que as vagas são limitadas à capacidade de atendimento. Além disso, a equipe não examinará outras queixas dermatológicas nesta ação.

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A preceptora do serviço de especialização em Dermatologia da Suprema e supervisora do Serviço de Dermatologia do HMTJ, Monique Damasceno Lougon, afirma que a intenção é levar mais informação à população. “Cada vez mais, aparecem nos ambulatórios pacientes com câncer de pele, o que aumenta a demanda e, consequentemente, o tempo de espera para cirurgias, exames e custos tanto do hospital quanto para o paciente. Isso mostra, mais uma vez, a importância da comunicação por parte da saúde e governo para a prevenção. Isso leva qualidade de vida e de pele para os pacientes e nos possibilita salvar muitas vidas”, destaca.

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Câncer de pele é o mais prevalente

O câncer de pele é o mais frequente na população. Para o triênio 2023-2025, são esperados, ao todo, mais de 229 mil novos casos por ano no Brasil – cerca de 27 mil em Minas Gerais -, conforme projeção do Instituto Nacional de Câncer (Inca). De acordo com Monique Damasceno, a doença pode se tornar perigosa dependendo da área acometida, do tamanho da lesão, e principalmente do tipo de câncer. “O carcinoma basocelular e o espinocelular – não melanoma – são os mais comuns. O primeiro pode aparecer como uma pápula cor da pele ou pigmentado, brilhoso, evoluindo com coceira, ulceração local, sangramento e desconforto; já o segundo muitas vezes apresenta uma ferida que não cicatriza, podendo também crescer e ulcerar. Os dois têm chance menor de metástases, porém podem destruir tecidos, gerar sequelas na área”, explica.

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Por outro lado, o melanoma é o mais perigoso, já que além de gerar metástases muito rápido, ele costuma ser assintomático. “Muitas vezes é uma pinta já existente que começou a crescer, mudar de cor ou aspecto, ou uma pinta nova crescente”, diz Monique. De acordo com a dermatologista, a diferença entre o câncer de pele melanoma e o não melanoma vem dos tipos de células que originam esses tumores. “Os dois tipos mais comuns – carcinoma basocelular e espinocelular – surgem nas células basais ou nas escamosas respectivamente; o melanoma origina dos melanócitos, células que produzem a melanina, o pigmento que dá cor à pele. O tipo não melanoma atualmente representa cerca de 90% do total dos casos de câncer de pele.”

Na projeção do Inca, o número de casos novos de câncer de pele não melanoma estimados, para cada ano do triênio de 2023 a 2025 no Brasil, é de 220.490, o que corresponde a um risco estimado de 101,95 por 100 mil habitantes, sendo 101.920 em homens e 118.570 em mulheres. Quanto ao câncer de pele melanoma, o número de casos novos estimados é de 8.980, com um risco de 4,13 por 100 mil habitantes, sendo 4.640 em homens e 4.340 em mulheres.

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Prevenção e rastreamento

A forma mais eficaz de prevenção, de acordo com Monique, é sempre evitar exposição solar direta, principalmente entre 9h e 15h – quando a radiação é mais intensa. Caso não seja possível escapar do sol, o ideal é procurar por sombras e usar protetor em áreas expostas – mesmo em dias nublados, pois a radiação ultravioleta (UV) ultrapassa as nuvens -, reaplicando a cada 2h se mantiver a exposição prolongada. Além disso, usar chapéus e óculos com filtro para não afetar a retina. Pessoas que já têm fotodano também devem redobrar os cuidados. A dermatologista complementa reforçando que há maior risco de câncer de pele para pessoas com idades acima de 50 anos que tiveram muita exposição solar durante a vida, de pele, olhos e cabelos claros, que passaram por episódios de queimadura solar, que já tiveram a doença e que possuem muitas pintas pelo corpo.

Quanto ao rastreio, a dermatologista afirmou que não existe, necessariamente, um momento ideal. “A recomendação é fazer avaliação anual em médicos especializados com um aparelho próprio de grande aumento chamado dermatoscópio. Nele, é possível avaliar detalhadamente se a pinta está alterada e, a partir disso, já iniciar o tratamento o quanto antes. Mas caso notem alguma pinta diferente que mudou, ou uma ferida que não sara, procurar o quanto antes para avaliar”, reforça. Monique finaliza ressaltando que pessoas com parentes de primeiro grau que tiveram melanoma necessitam redobrar os cuidados, pois possuem maior risco genético desse câncer. Pessoas albinas ou com distúrbios de pigmentação também devem se atentar pela falta da melanina, que confere uma proteção para o DNA das células da pele.

*Bernardo Marchiori, estagiário sob a supervisão da editora Carolina Leonel

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