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Surdos manifestam contra fechamento de Central em JF

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Surdos se preocupam com a interrupção nos serviços de intérpretes (Foto: Olavo Prazeres)
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Uma manifestação realizada em frente ao Departamento de Políticas para Pessoas com Deficiências e Direitos Humanos reivindicou o direito das pessoas surdas ao acompanhamento de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

O ato foi organizado diante da possibilidade de interrupção do serviço prestado pela Central de Interpretação de Libras desde fevereiro de 2016, quando o órgão foi instalado. De acordo com a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Maria Valéria de Andrade, explicou que houve um impasse na negociação, após o final do contrato firmado com o Estado.

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Segundo Maria Valéria, o serviço é uma parceria. O Governo federal equipou o local com computadores e carro, a Prefeitura cedeu o espaço, e a contratação e o pagamento dos funcionários são responsabilidades do Estado. “O salário desses profissionais estava defasado, e a empresa apresentou uma planilha, que não pode ser coberta pelo Governo. A contraproposta não foi aceita e gerou a interrupção do serviço, enquanto o novo processo de licitação não é concluído.”

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A presidente do conselho diz que, em conversa com o Estado, foi manifestado o comprometimento com a manutenção das atividades da Central, mas ela reforçou que é preciso pressionar para que a qualidade do atendimento seja preservada. “Foi a conquista de um direito muito importante para a comunidade surda da cidade. Custou muito trazer esse espaço para Juiz de Fora. Ela é fundamental para a cidadania e a garantia do direito de comunicação do surdo e não pode ser precarizada com má remuneração dos trabalhadores e equipamentos sem qualidade.”

Maria Valéria ainda comenta que, em um momento no qual o o Governo federal agenda a discussão sobre o acesso dos surdos, ter um direito como esse ameaçado é um contrassenso. “Não é só Juiz de Fora que passa por esse problema, outras centrais do estado também estão com suas atividades suspensas. Todos os níveis precisam estar em consonância com a ideia de defender os direitos da população surda.”

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De acordo com o vice-presidente da Associação dos Surdos de Juiz de Fora, José Nicomedes, o trabalho da Central é imprescindível para os surdos. “É muito importante, garante a acessibilidade e o direito à liberdade. Podemos, por exemplo, ir ao médico, sem ter que pedir ajuda. Se perdemos essas referências, ficamos perdidos, não conseguimos saber o que acontece.” O presidente da entidade, Bruno Viana, reforçou que os surdos estão atentos, acompanhando o andamento das negociações, para não deixar que o serviço seja suspenso definitivamente. “Faremos o que for preciso para ter a Central funcionando. O Governo precisa assumir essa responsabilidade.” A Tribuna tentou contato com a Secretaria de Direitos Humanos do Estado, mas não obteve retorno.

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