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Seripa vai investigar acidente com avião no Aeroporto da Serrinha

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Avião parou a poucos centímetros de um barranco e a poucos metros de construções. (Foto: Marcelo Ribeiro)
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Especialistas do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) estiveram no Aeroporto Francisco Álvares de Assis (Serrinha), em Juiz de Fora, nesta quarta-feira (1º), para iniciar as investigações sobre as causas do acidente ocorrido na noite de terça-feira (31), quando um jato Phenom 100 saiu da pista durante a aterrissagem. Após a avaliação inicial da equipe, ainda durante a tarde, a aeronave foi retirada do local. Conforme a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Sedettur), o próximo passo era informar os órgãos competentes para liberação da pista. A expectativa era que a liberação, pelo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), poderia acontecer a qualquer momento. Enquanto isso, as operações de embarque e desembarque no terminal continuavam suspensas.

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O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), por meio de sua assessoria, informou que investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), órgão regional do Cenipa, realizaram a ação inicial da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PR-IVI no aeroporto de Juiz de Fora. A ação inicial, explicou o órgão, é o começo do processo de investigação e possui o objetivo de fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, ouvir relatos de testemunhas e reunir documentos. A investigação realizada pelo Cenipa tem o objetivo de prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram. “A necessidade de descobrir todos os fatores contribuintes garante a liberdade de tempo para a investigação. A conclusão de qualquer investigação conduzida pelo Cenipa terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade do acidente”, informou o órgão.

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De acordo com o assessor da Sedettur, Marcos Henrique Miranda, o acidente não está relacionado às questões de segurança do aeroporto. “O que ocorreu foi um susto, mas é algo que está sujeito a acontecer. Não se trata de falta de segurança ou estrutura do Serrinha”, afirma. “Pode ter sido uma falha mecânica, uma imprudência ou outro motivo que seria leviano da parte de qualquer pessoa dizer agora. Por isso, receberemos o Seripa para as investigações.”

Miranda garante que o Serrinha está “absolutamente regular”. Desde que a Prefeitura assumiu a administração do local, em agosto, os funcionários têm realizado funções para as quais são habilitados. “A nossa equipe é responsável pela guarda do patrimônio, o controle de pouso e decolagem – que são anotações de quem chega e sai do aeroporto, e eu que tenho feito os trâmites burocráticos com os órgãos de segurança.” Após a derrapagem do avião na terça, foi ele quem acionou o Seripa e o Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II).

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Ele explica que as operações no Serrinha são feitas por meio da autocoordenação. “São regras que os pilotos aprendem no curso exatamente porque podem pousar em aeroportos que não possuem rádio ou torre de controle.” O assessor ressalta que a rádio é responsável por informar quais as condições para o piloto pousar, apontando qual é a cabeceira e o horário mais indicados, no entanto, o piloto pode ou não acatar. “Quando não há esta orientação, o piloto coloca o rádio do avião em frequência livre e se comunica com os outros pilotos que estiverem no mesmo espaço para definirem quem tem a preferência de pouso.”

Apesar da rádio do Serrinha não ser utilizada para as orientações dos pilotos no momento, ela continua gravando todo o tráfego aéreo do local. “Esta gravação será entregue ao Seripa para contribuir com as investigações.” Miranda esclarece, ainda, que antes de decolarem, os pilotos realizam um plano de voo junto ao Cindacta e verificam as condições de todos os aeroportos do Brasil.

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Conforme informações do Corpo de Bombeiros, o jato Phenom 100 teria perdido a aderência no momento do contato com a pista, derrapado por cerca de 130 metros, até parar próximo a um barranco. Apesar do susto, o piloto e o passageiro não sofreram ferimentos e dispensaram atendimento médico. Logo após o ocorrido, o único passageiro da aeronave, o médico Olamir Rossini, relatou à Tribuna que “não houve nada de mais”. “O avião derrapou e saiu da pista”, destacou brevemente. O incidente teria ocorrido por volta de 18h50 de terça-feira.

Serrinha

O Aeroporto Francisco Álvares de Assis é administrado pela Prefeitura de Juiz de Fora e hoje atua apenas com táxi aéreo e voos executivos, sem voos comerciais. A PJF lançou edital de licitação para a contratação da empresa que irá administrar o espaço. Três empresas demonstraram interesse em assumir o serviço. Os licitantes interessados agendaram visita técnica, obrigatória no certame, com o objetivo de verificar as condições das instalações internas e externas e dos equipamentos disponíveis. O prazo para agendamento não acabou e só vence no dia anterior ao do pregão presencial, agendado para 7 de novembro. Vence quem apresentar a proposta de menor preço mensal. O valor máximo global do contrato é de cerca de R$ 1,8 milhão, a ser pago, pela Prefeitura, em 12 parcelas de pouco mais de R$ 149 mil mensais. Na falta de intercorrências, como questionamentos jurídicos, a meta da Prefeitura é concluir o processo até o dia 20 do próximo deste mês.

A principal novidade do edital é a implantação da estação digital de meteorologia, em substituição ao modelo analógico utilizado, o que, segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, João Matos, “é uma forma de melhorar a qualidade dos voos, oferecer informações precisas e mais rapidamente”. O prazo inicial para a contratação se mantém em 12 meses, podendo ser prorrogado por igual período até o tempo máximo de 60 meses. A empresa contratada deverá manter pelo menos 15 funcionários, entre vigilantes, fiscal de pátio, auxiliar administrativo e gerente.

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Voos comerciais

Conforme a Tribuna noticiou em setembro, a Passaredo Linhas Aéreas formalizou, no dia 22 daquele mês, pedido, junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para oferta de voos regulares do Serrinha com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos e ao Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. Os pedidos ainda estão em análise pela agência reguladora. Caso exista a aprovação, a Passaredo pretende iniciar as operações ainda em novembro. A aeronave utilizada seria o ATR-72, com 70 lugares.

Desde o último dia 16 de outubro, Juiz de Fora deixou de oferecer voos partindo e com destino ao Serrinha dentro do Voe Minas Gerais, Projeto de Integração Regional – Modal Aéreo. A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) afirmou que o município não apresentou “procura e média de ocupação suficientes para a manutenção do projeto”.

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