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Candidatos mudam preparação para enfrentar Enem

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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passou por mudanças em fevereiro, após consulta pública realizada com o objetivo de aprimorá-lo. A principal novidade é a aplicação da prova em dois domingos, 5 e 12 de novembro. Nas outras edições, as provas aconteciam em um mesmo fim de semana, no sábado e no domingo. Além disso, a redação será aplicada no primeiro dia, e os conteúdos foram separados por áreas de conhecimento: as disciplinas de Humanas serão realizadas em um dia e as de Exatas, no outro. Apesar da ansiedade para a prova, que pode garantir o ingresso no Ensino Superior, professores e psicólogos afirmam que as mudanças podem ser benéficas para os alunos, que terão mais tempo para se recuperar do primeiro dia de prova e se preparar para o segundo domingo de exame. Neste ano, 6,7 milhões de candidatos se inscreveram para o Enem.

Durante o mês em que a consulta pública realizada pelo Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ficou disponível para a população, mais de 600 mil respostas e sugestões foram registradas. Os participantes eram convidados a responder sobre três aspectos: sobre o formato de aplicação da prova em um dia, com menos questões, ou em dois dias, conforme já era feito; sobre os dias da semana em que o exame seria aplicado, caso continuasse em duas datas; e sobre a possibilidade de realizar a prova pelo computador.

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Para o governo, as opções de diminuir os dias de realização do exame ou a aplicação on-line representavam a possibilidade de diminuir os gastos com o Enem. No entanto, 70% dos participantes optaram por continuar realizando as provas presencialmente e mais de 63% preferiram a divisão em dois dias. Outros 42% votaram na realização das provas em dois domingos seguidos, principal mudança neste ano. A definição modifica conduta adotada em edições anteriores com relação a candidatos cujas religiões não permitem atividade produtiva no sábado. Anteriormente, esses candidatos ficavam cinco horas confinados antes de poderem realizar a prova.

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Ordem das disciplinas é modificada

Outra alteração foi no dia de aplicação da redação, atividade da prova que pode levar o candidato a ser eliminado. Até o ano passado, o texto dissertativo-argumentativo era escrito no segundo dia de prova, juntamente com as provas de Matemática e Linguagens. A ordem das disciplinas, no entanto, foi modificada. No dia 5 de novembro, próximo domingo, os candidatos farão as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias, juntamente com a redação, com duração total de 5 horas e 30 minutos. As provas de Matemática e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias serão aplicadas no dia 12 de novembro, com 4 horas e 30 minutos de duração.

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Sem certificação

As mudanças não estão relacionadas apenas à aplicação da prova. A partir deste ano, o Enem não poderá mais ser utilizado como certificação de conclusão do Ensino Médio. Antes da decisão, havia casos em que alunos do 1º e do 2º anos do Ensino Médio não faziam o 3º ano e utilizavam o Enem como forma de comprovar que tinham conhecimento do conteúdo atribuído ao Ensino Médio. O MEC informou que os alunos que desejarem participar de um exame com este fim devem participar do Exame Nacional de Certificação de Jovens e Adultos (Encceja).

Menos resistência física e mais controle emocional

Segundo o coordenador pedagógico das turmas do 9º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio do Colégio Equipe, André Carneiro, as novidades foram bem recebidas pelos alunos, que podem se beneficiar do maior espaço de tempo entre as provas para descansar e focar nas diferentes disciplinas aplicadas em cada dia de prova. “O Enem perdeu um pouco da cobrança de resistência física e controle emocional, pois era muito pesado fazer as provas em dois dias seguidos. Os candidatos não conseguiam relaxar e dormir de um dia para o outro. Será benéfico para a alimentação, para o descanso e para manter o foco nas diferentes áreas do conhecimento. Penso que, com as mudanças, até os pontos de corte para os cursos vão subir, pois os candidatos estarão mais bem preparados.”

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Para a estudante do 3º ano do Ensino Médio, Beatriz de Almeida Oliveira, 17 anos, as mudanças ajudam a diminuir o nervosismo e a ansiedade dos candidatos porque eles já vão fazer a prova com a confiança sobre o conteúdo com o qual compreendem melhor. “Estudo no Colégio Santa Catarina, e a escola adotou a realização de simulados já com a mesma forma do Enem, primeiro com as provas de Humanas e, uma semana depois, com as provas de Exatas. Isso nos ajudou bastante a saber como é o formato. Como sou da área de Humanas, estou me dedicando mais, porque sei que vou me sair melhor.”

A preparação dos alunos para o momento de realização das provas foi modificada pelas escolas. “Montamos um planejamento pensando nos simulados de Enem e trocamos a grade curricular na possibilidade de atender melhor os alunos. As avaliações bimestrais para que eles fossem aprovados na série, por exemplo, foram colocadas de forma em que as áreas de conhecimento estivessem próximas, para eles terem as provas em uma sequência de conteúdos igual à do Enem”, conta o coordenador do Colégio Equipe.

Para Carneiro, esse tipo de mudança favorece o cognitivo dos candidatos. “Os alunos foram treinando o cérebro para fazerem provas dessas matérias juntas. Com isso, eles ficam muito mais confiantes, porque já sabem o que vão enfrentar e desenvolvem estratégias para evitar erros. Cognitivamente, isso é bom, porque o aluno busca as informações em áreas mais próximas do cérebro, e, facilitando a realização de uma prova rápida como o Enem.”

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