Um detento de 23 anos, suspeito de ter praticado um homicídio durante saída temporária, com apoio de um taxista, 27, escapou de agentes penitenciários durante trabalho externo, na última sexta-feira (28), na Zona Norte de Juiz de Fora. A atividade de limpeza urbana era realizada na Avenida JK por presos do regime semiaberto, que cumprem punição na Penitenciária José Edson Cavalieri (Pjec). A fuga aconteceu dois dias depois de o mesmo jovem ter sido apresentado pela Polícia Civil como suspeito da execução de Luthyano dos Santos Pereira, 22 anos, morto com tiros na cabeça e no abdômen, no dia 29 de agosto, no Bairro Linhares, Zona Leste. Naquele dia, o suspeito retornou à unidade prisional menos de uma hora após o crime.
Contra o acautelado, que já havia sido condenado por roubo, fora cumprido mandado de prisão preventiva em decorrência do homicídio. De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela PM, os agentes penitenciários informaram que, durante a conferência dos presos, detectaram que um deles havia fugido. A situação foi imediatamente comunicada à diretoria do presídio, a qual teria determinado o retorno imediato dos outros detentos. O serviço externo era realizado na região da Praça CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados).
Fuga por abuso de confiança
Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que esse tipo de situação é qualificada como “fuga por abuso de confiança”. Apesar da prisão preventiva decretada recentemente, conforme a assessoria, o acautelado tinha autorização da Justiça para prestação de trabalho externo, mas não retornou à unidade prisional no horário determinado. “Ele estava prestando serviço para a empresa de limpeza urbana.”
A Seap também confirmou que o detento estava no regime semiaberto e cumpria pena na Pjec. “Até o momento ele não foi recapturado”, afirmou a secretaria no início da tarde desta segunda-feira (1º). “A direção da penitenciária comunicou o fato à Justiça e instaurou um procedimento interno para apurar administrativamente o ocorrido.”
De acordo com a assessoria do Demlurb, a responsabilidade pelos detentos, inclusive a segurança dos mesmos, durante qualquer trabalho externo, é da Seap. “O acautelado em questão estava atuando no serviço de capina, na Avenida JK”, esclareceu o departamento.
Taxista preso
Um taxista, 27, também foi apresentado pela Polícia Civil no último dia 26 por suspeita de participação no assassinato de Luthyano, porque, segundo as apurações, teria levado o grupo até o local da execução, sabendo do que se tratava. Uma mulher, 23, investigada por atrair a vítima, e outro comparsa, 18, ainda não foram localizados.
O motorista foi capturado no dia 19 de setembro, quando estava parado em um ponto do Manoel Honório. Imagens da própria câmera interna do táxi mostram o rapaz que teria aberto fogo contra Luthyano no banco de trás do carro, ao lado da mulher, que seria sua namorada. De acordo com as investigações, o crime teria sido motivado por uma dívida de R$ 600 relacionada a drogas e contraída pela vítima quando esta conheceu o atirador em uma unidade prisional.