Ícone do site Tribuna de Minas

Capoeirista é indiciado por estupro de vulnerável após ser denunciado por aluna

policia sirene
PUBLICIDADE

Um mestre de capoeira, 66 anos, foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável após uma de suas alunas, 13 anos, procurar a polícia e denunciar abusos praticados por ele. Segundo a polícia, o investigado é conhecido não só em Juiz de Fora, mas em cidades vizinhas. Ele ministra aula em outros 13 municípios, e, em Juiz de Fora, atua há cerca de 50 anos. O episódio está em investigação na Delegacia de Atendimento à Mulher e, nesta terça-feira (2), o inquérito do caso segue para a Justiça.

Os abusos vieram à tona no dia 23 de agosto deste ano, depois que a jovem registrou um boletim de ocorrências contra o professor, com quem tinha aulas de capoeira em um projeto social, na região Norte de Juiz de Fora. “Ela procurou a delegacia tendo em vista que teria sido abusada pelo homem. Ele teria passado a mão nas pernas dela e, segundo a vítima, fez o registro, pois não estaria ‘aguentando mais’ “, ressaltou Ione Barbosa, delegada responsável pelas apurações.

PUBLICIDADE

Conforme o boletim de ocorrência, os assédios vinham ocorrendo há cerca de 30 dias e iniciaram através de mensagens “inapropriadas” via celular. Em um determinado dia, o professor levou os alunos para uma pizzaria, data em que teria passado as mãos na perna da jovem e ainda teria tentado beijá-la. A vítima contou o fato a outras duas amigas, e ambas relataram ter sofrido com a mesma conduta por parte do homem e não teriam contato antes, por medo.

PUBLICIDADE

Após o registro policial, foi instaurado inquérito pela Delegacia de Mulheres. O depoimento de um garoto, também de 13 anos, foi essencial para o indiciamento do suspeito. “Foram ouvidas algumas testemunhas, dentre elas o adolescente. Ele nos relatou ter presenciado um desses abusos.” Anexado ao inquérito estão mensagens de texto trocadas entre a vítima e o suspeito, por meio de um aplicativo. “Ele diz apenas que as mensagens eram para informar sobre eventos e aulas, mas havia certa intimidade, caracterizando assédio. Mas, diante dos depoimentos, entendemos que se trata de estupro de vulnerável (quando a vítima tem menos de 14 anos)”, declara Ione. Em seu depoimento, o professor alega que as denúncias foram motivadas pelo fato de ele não ter dado à aluna uma corda de graduação superior à que ela possuía na capoeira.

Outras vítimas

Ione não descarta a possibilidade de o homem ter feito outras vítimas e pontua que uma das testemunhas é um pai de dois ex-alunos que também teriam sido abusados quando crianças. Atualmente ambos têm mais de 40 anos e residem no exterior. “Esse pai nos procurou e contou que os filhos revelaram o ocorrido em dezembro de 2017. No entanto, diante da passagem de muitos anos, nada foi feito. Entretanto, após assistir reportagem sobre o caso, o pai resolveu procurar a polícia. Os filhos teriam dito que, para os garotos, o professor mostrava o órgão genital, e, com as meninas, acariciava suas partes íntimas”, contou a delegada. Ainda conforme relato do pai, para que os casos não viessem a público, o professor usava de ameaçava dizendo que possuía amigos policiais e, caso relatassem algo, poderiam fazer algo contra seus familiares. O suspeito nega os fatos.

PUBLICIDADE

 

 

PUBLICIDADE

 

Sair da versão mobile