Mais um ato, em razão das eleições, movimentou o Centro de Juiz de Fora este fim de semana. Na tarde de domingo (30 de setembro), apoiadores do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) saíram em carreata pela Avenida Rio Branco até o Bairro Santa Terezinha, Zona Nordeste, e retornando ao Bom Pastor, região Sul. A concentração teve início às 14h, próximo ao Hipermercado Carrefour.
O ato em Juiz de Fora, que reuniu centenas de veículos em direção ao Centro, ocorreu um dia após a manifestação organizada pelo grupo apartidário “Mulheres Contra Bolsonaro“, que percorreu as principais vias da região central na tarde de sábado (29 de setembro). Simpatizantes do candidato fizeram buzinaço pelas duas pistas laterais da avenida, durante aproximadamente três horas. Esse foi o último fim de semana de campanha, já que as eleições acontecem no próximo domingo (7).
O movimento pró-Bolsonaro, neste domingo, se repetiu em outras cidades do país. Em São Paulo, os apoiadores se reuniram na Avenida Paulista. Militantes e candidatos fizeram um apelo para eleitores de João Amoêdo (Novo), Alvaro Dias (Podemos), Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB) se unirem em torno do capitão, na esperança de uma vitória no primeiro turno.
Em discurso aos manifestantes, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), e o candidato ao Senado Major Olimpio (PSL) criticaram o PT. A PM não divulgou estimativa de público na manifestação, que ocupou três quarteirões da Avenida Paulista. Olímpio disse que se a candidatura de Bolsonaro crescer “mais um Alckminzinho” – cinco ou seis pontos porcentuais nas pesquisas – seria possível vencer a eleição ainda no primeiro turno.
Em áudio, gravado no Rio de Janeiro, e divulgado durante a manifestação, Eduardo Bolsonaro repetiu o mantra. “Vamos ganhar essas eleições no primeiro turno. A diferença será tão grande que não será possível qualquer possibilidade de fraude. Chega de PT e de PSDB”
No caminhão de som, militantes ressaltam a participação feminina no evento – dizendo que as mulheres são mães, amigas, que cuidam da casa, dos homens e da família. Eduardo Bolsonaro falou às mulheres que apoiam seu pai. “As mulheres de direita são mais bonitas que as da esquerda. Elas não mostram os peitos nas ruas nem defecam nas ruas. As mulheres de direita têm mais higiene”, disse o deputado, que ainda criticou o autor do atentado contra Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira. “Meu pai não tomou uma facada por alguém que queria tomar a carteira dele. Eles estão com medo”, concluiu.
Eduardo Bolsonaro também falou sobre a hipótese de vitória de Fernando Haddad (PT). “Ele dará indulto para o Lula no dia seguinte”. Além disso, afirmou que se o pai for eleito, o ex-presidente Lula não terá privilégios. Ele irá cumprir pena em um presídio comum”.
Os discursos mantiveram a narrativa que tem acompanhado a campanha de Bolsonaro desde o primeiro dia. Gritos contra o PT, Lula, Venezuela e artistas que, segundo os partidários de Bolsonaro, vivem do dinheiro da Lei Rouanet.
A primeira a se pronunciar no carro de som foi a candidata a deputada federal pelo PSL, Carla Zambelli. “A nossa manifestação é verde e amarela. Nossa manifestação tem bandeira do Brasil e não de partidos. Somos movidos pelo amor por uma pessoa que vai mudar o país. Finalmente teremos paz com Jair Bolsonaro na Presidência. Ele é o único presidente que irá fortalecer a Polícia Federal. É a primeira vez em décadas que temos um presidente que fala de Deus com lágrimas nos olhos. O nosso estado é laico mas não é ateu”, afirmou. Em seguida, a candidata iniciou uma oração, finalizada por “ele sim” pelos manifestantes presentes.
Entre os simpatizantes, a certeza de que um resultado diferente da vitória de Bolsonaro será resultado de uma fraude eleitoral. “Se o Bolsonaro não ganhar, vai ser roubado. Não vamos sair da rua se isso acontecer”, disse a empresária Helena Dias.
Já no fim da manifestação, uma forte chuva fez com que um grupo de manifestantes se abrigasse no vão livre do Masp. Lá, onde até pouco antes acontecia uma feira de artesanato, um grupo de jovens gritava “ele não” e palavras de ordem contra Bolsonaro.
Os grupos se encontram no Masp. À princípio, os grupos se enfrentaram verbalmente, mas, antes que a PM pudesse interferir, alguns militantes trocaram socos e pontapés. A PM precisou “escoltar” um grupo que se posicionava contra Bolsonaro para fora do vão livre. Policiais afirmaram que não houve detenção.
Durante a manifestação pelo menos dois profissionais de imprensa foram agredidos com cabeçadas e empurrões enquanto tentavam filmar uma discussão entre militantes pró-Bolsonaro e pessoas que passavam pela Paulista.
Apoiadores de Bolsonaro em Belo Horizonte
Depois da manifestação que levou milhares de pessoas ao centro de Belo Horizonte, um ato de apoio ao candidato a Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, realizado na orla da Lagoa da Pampulha, ponto turístico da cidade, teve hino das forças armadas, comemoração pela saída do deputado federal do hospital e oração
A manifestação começou com diversas críticas ao movimento “Ele Não”. Muitas mulheres estiveram presente no ato favorável ao candidato e cantaram que “mulher vota em Bolsonaro”.
No entanto, a organização do evento negou que fosse uma resposta a manifestação. “Estamos aqui por Bolsonaro para que ele vença em primeiro turno” disse uma das organizadoras, Gleine Carvalho, que afirmou que o ato não teve qualquer influência partidária.
Gleine ainda fez críticas ao movimento “Ele Não”. “Eu não sou adepto dessas questões de modinha. O ‘ele não foi criado pela classe artística para defender os benefícios deles. Quando vemos o povo aqui, vemos que o ‘ele sim está muito forte'”, disse.