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Chuva no dia mais quente do ano

reunido com a diretoria da cesama bruno siqueira apresenta as estrategias para resolver a falta d'agua

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Reunido com a diretoria da Cesama, Bruno Siqueira apresenta as estratégias para resolver a falta d'água
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Reunido com a diretoria da Cesama, Bruno Siqueira apresenta as estratégias para resolver a falta d’água

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Árvore caiu sobre um carro estacionado na Rua Henrique Dias e interditou o trânsito em Benfica

Após praticamente um mês inteiro sem chuvas significativas, Juiz de Fora voltou a registrar precipitações na tarde de ontem. Os bairros das regiões Norte e Nordeste foram os mais atingidos, mas houve instabilidade em toda a cidade, com rajadas de ventos de quase 65 quilômetros por hora. Em Benfica, uma árvore caiu sobre um carro na Rua Henrique Dias e interditou o trânsito. Também houve destelhamentos de casas nos bairros Igrejinha, Barreira do Triunfo e no residencial Miguel Marinho. Conforme a Defesa Civil, dez ocorrências foram registradas até as 18h, sendo sete apenas na Zona Norte. As outras três foram identificadas nas regiões Leste, Nordeste e Sul. A previsão é que a instabilidade continue. Ainda ontem, chamou atenção o fato de, antes da tempestade, a cidade ter registrado o dia mais quente do ano, com termômetros marcando 34,2 graus, o mesmo índice recorde em 2013.

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Apesar da chuva, a situação nos mananciais da cidade ainda é delicada, e moradores da Cidade Alta tiveram mais um dia de desabastecimento. De acordo com a auxiliar de cozinha Jacqueline Constancio, 33 anos, moradora do condomínio Colina de São Pedro, que abriga 400 famílias, não cai água no local desde sexta-feira. Problema semelhante ao observado em um conjunto de seis casas na Rua Eugênio do Nascimento. A engenheira eletricista Camile Arezes Moraes, 24, disse que ela e seus vizinhos estão sem água há quatro dias, sendo que ontem o abastecimento retornou, mas com pouca pressão. “Ontem (segunda-feira) compramos um caminhão pipa para abastecer os imóveis, mas já acabou.” Ela também questiona a falta de informações claras sobre o problema, quando em contato com o telefone de atendimento 115. “As informações são restritas, e não temos segurança para saber quando a água volta. Não falam absolutamente nada. Estão todos sem água.”

 

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Uso consciente

Ontem o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) se reuniu com a diretoria da Cesama para discutir a situação. Em seguida, eles falaram com a Tribuna. Segundo Bruno, é importante que a população, principalmente da Cidade Alta, economize água para evitar outros transtornos. Como exemplo de uso consciente, ele citou evitar encher piscinas, lavar jardins, carros e reduzir o tempo do banho. O chefe do Executivo admitiu que o problema ocorre porque a Represa de São Pedro secou e o atual sistema não está conseguindo suprir a demanda. O prefeito explicou como funciona o abastecimento no município e afirmou que obras importantes, na ordem de R$ 70 milhões empregados, estão em andamento para evitar transtornos, como o ocorrido este ano (ver quadro). “A Represa de São Pedro abastece 8% da população (parte da Cidade Alta) e em 25 dias ela secou. Questionei este fato à Cesama, e eles me explicaram que o manancial não é confiável, pois ele enche e esvazia muito rápido. Por esta razão, estamos fazendo obras importantes, como a subadutora do São Pedro, que passa entre o Monte Castelo e o Carlos Chagas, além de um grande reservatório de água no Caiçaras, que está em fase de conclusão.” Ainda segundo o prefeito, com estes investimentos, que serão inaugurados nos próximos meses, será possível transportar água com facilidade da Represa de Chapéu D’Uvas e do Ribeirão Espírito Santo (manancial de passagem) para a Cidade Alta.

Além disso, somam-se a este sistema o início das operações de Chapéu D’Uvas, que poderá ocorrer neste domingo, a ampliação da Estação de Tratamento de Água Walfrido Machado de Mendonça (que já trata a água do ribeirão e cuidará do recurso do novo manancial), além do booster do Parque de Exposições. Este último já foi inaugurado e permite uma distribuição de água mais rápida para a parte baixa do município. Conforme Bruno, se não houvesse o booster, além da Cidade Alta, estaria faltando água em bairros da região Leste e Sul da cidade.

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Caminhões-pipa

Enquanto isso, a companhia está adotando medidas pontuais para otimizar o sistema. Uma delas, iniciada ontem, é a utilização de oito caminhões-pipas para tirar água da Represa de João Penido e levá-la para a estação de tratamento do São Pedro. Um dos veículos transporta 30 mil litros, um 15 mil e outros seis com dez mil. Conforme o diretor-presidente da companhia, André Borges de Souza, seis dos caminhões irão operar 24 horas por dia, e este reforço ainda pode ser ampliado, caso necessário.

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O problema atual é que a Cidade Alta demanda um volume de até 140 litros de água por segundo. Na Represa de São Pedro está saindo apenas 60 litros por segundo, o que equivale às águas que ainda chegam dos córregos de contribuição. Os caminhões reforçarão com mais 25 litros por segundo, e outros 50 litros deverão chegar por meio de manobras na rede para interligar o sistema da parte baixa com a alta do município. Esta é a estratégia da Cesama para que toda a região de São Pedro receba água, até mesmo as partes altas. Mas para que tudo isso dê certo é preciso ainda que a população economize água.

 

Previsão de instabilidade

O pluviômetro do Inmet, instalado no Campus da UFJF, registrou acumulado de 9,2 milímetros de precipitações ontem. Mas em alguns bairros, como no Filgueiras (Zona Nordeste), o equipamento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) chegou a registrar até 26 milímetros. No Bairro Ponte Preta e na Represa João Penido (Zona Norte) foram 25 e 23 milímetros, respectivamente. Conforme o Inmet, a instabilidade permanece, e o céu hoje deverá ser nublado e com pancadas de chuvas. Os termômetros devem oscilar entre 18 e 31 graus.

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