Cerca de seis residências ficaram ameaçadas por um incêndio, na tarde desta quinta-feira (1), no Bairro Dom Bosco, Zona Sul de Juiz de Fora. As chamas começaram, por volta das 11h30, em uma vegetação no terreno atrás das casas. O Corpo de Bombeiros chegou ao local às 14h37, como informou a corporação, acrescentando que a solicitação para o atendimento foi registrada às 14h03 pelo Centro de Operações. Até lá, para evitar que o fogo se aproximasse mais dos domicílios, os próprios moradores, com mangueiras e baldes de água, debelaram o incêndio. Ninguém ficou ferido.
A moradora de uma das residências mais próximas ao fogo, Lúcia Helena Queiroz, de 63 anos, se queixou da demora no atendimento. Segundo ela, se não fosse o sobrinho, com a mangueira da própria casa, as chamas teriam se aproximado da construção, que abriga três famílias. “Todo ano esse matagal aqui atrás pega fogo. Dessa vez, o vento fez com que as chamas se espalhassem mais rápido. […] O ruim é que a gente tem que gastar a nossa própria água para apagá-las, se não fosse isso elas teriam chegado aqui.”
Segundo Lúcia Helena, os moradores não sabem o motivo do incêndio, que começou na parte de cima do morro e foi descendo até se aproximar das casas. A reportagem esteve no local e viu diversas famílias mobilizadas para controlar as chamas. Após um tempo, com o fogo controlado, uma grande quantidade de fumaça branca tomou o local, podendo ser vista, inclusive, de outros pontos da cidade. “Eu já tenho 63 anos, sofro de bronquite, sem contar que o cheiro dessa fumaça fica por dias na casa e a sujeira das cinzas também.”
Ela ainda aponta que as chamas atingiram pedras que ficam no morro atrás da casa. “É cada estalo que a gente escuta, toda vez que queima o solo fica mais instável e eu morro de medo de que essas pedras rolem pra cima da minha casa.” Todavia, conforme a Defesa Civil, até o final da tarde de ontem, o órgão não havia sido acionado pelo Corpo de Bombeiros, nem pela população local. A Defesa Civil ainda explicou que, quando é acionada nessas situações, é realizada vistoria técnica e o proprietário é orientado. Para acioná-la, basta ligar no 199.
O morador da residência ao lado, Edmar de Mello, conta que o incêndio chegou na parte de cima da casa, onde fica uma kitnet que, felizmente, está desocupada. O fogo tomou conta de plantas e objetos e chegou muito perto da caixa d’água que abastece a família. “Naquele ponto mais afastado, ainda tem chamas. A gente conseguiu apagar aqui perto, para impedir que entrasse dentro da nossa casa, mas lá, onde ninguém consegue alcançar, ainda vai pegar bastante fogo”, afirmou, apontando para chamas que ainda ardiam com intensidade na lateral do morro naquele momento.
Sobre as reclamações acerca da demora no atendimento, os Bombeiros afirmaram que não procedem, visto que, de acordo com os horários registrados pelo Centro de Operações, a solicitação chegou às 14h03, às 14h16 às viaturas estavam a caminho e 14h37 chegaram no local. Os bombeiros ainda reforçaram que, durante o período seco, as solicitações de incêndio em vegetação são muitas e, por isso, pedem compreensão da população em uma eventual demora no atendimento.