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Falta de faxineiros compromete funcionamento de escolas

3. Escola Municipal Antônio Faustino da Silva1 Jésus Andrade
Mesas do refeitório da Escola Municipal Antônio Faustino estão sujas, o que levou a unidade, localizada no Bairro Três Moinhos, a funcionar em meio expediente (Foto: Jésus Andrade)
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As aulas nas escolas municipais, retomadas nesta quarta-feira (1º), após o recesso do mês de julho, começaram com impasses relacionados à limpeza das unidades de ensino. Por conta do término do contrato da empresa licitada anteriormente para a prestação dos serviços, outro processo licitatório foi aberto para a contratação de uma nova prestadora. Entretanto, segundo informações da Secretaria de Educação da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a nova contratação “foi retardada devido à interposição de recurso por parte dos participantes, intercorrência esta que foge ao controle da administração”, e obrigou as instituições a contratarem, em caráter emergencial, profissionais autônomos para realizarem o trabalho entre os dias 31 de julho e 3 de agosto.

A situação teria sido acordada em reunião realizada na última segunda-feira (30), entre a secretaria e alguns diretores, e documentada pela pasta. Conforme o documento, a orientação era de que as unidades escolares contratassem, emergencialmente, os mesmos auxiliares operacionais que já atuavam nas escolas até então, por meio de Recibo de Pagamento Autônomo (RPA), com recursos do caixa escolar. Entretanto, alguns profissionais não teriam aceitado a situação ou não puderam continuar nas escolas, por outros compromissos, deixando as unidades sem limpeza. O fato teria prejudicado a volta às aulas, visto que alguns diretores não teriam conseguido contratar outros profissionais a tempo.

Em nota enviada ao jornal, a Secretaria de Educação alegou que tais impasses não causaram “qualquer alteração no retorno às aulas”. A pasta afirmou ainda que as “orientações decorrentes da referida reunião foram encaminhadas a todos os diretores e vice-diretores das unidades escolares, em tempo hábil para garantir o atendimento e preservar o processo educativo, firmando seu compromisso com a garantia do direito educacional”.

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Contudo, segundo a coordenadora-geral do Sindicato dos Professores de JF (Sinpro-JF), Aparecida de Oliveira Pinto, no entendimento da categoria, a Prefeitura não pode responsabilizar as escolas por uma situação que é “inteiramente papel da gestão pública”. De acordo com ela, o maior questionamento do magistério, neste caso, é a respeito da demora para que a Secretaria de Educação orientasse as direções das escolas sobre o uso do caixa escolar. “A utilização da verba escolar deve ser discutida com antecedência por representantes de pais, alunos e professores, e não houve tempo hábil para que isto acontecesse”.

Alunos liberados mais cedo

Na Escola Municipal Carlos Alberto Marques, no São Pedro, sujeira prejudicou a organização e o funcionamento escolar (Foto: Alessandra Zanerri)

Na Escola Municipal Antônio Faustino da Silva, Bairro Três Moinhos, na região Leste da cidade, os alunos do ensino infantil e fundamental dos turnos matutino e vespertino precisaram ser liberados mais cedo nesta quarta-feira (1º) para que a direção fizesse a limpeza da instituição. Segundo o diretor Jésus Andrade, a escola não conseguiu auxiliar de limpeza e, por isso, teve que funcionar em meio expediente, por conta da sujeira do local.

“A quadra e o refeitório estavam muito sujos. A escola ficou sem limpeza durante o período das férias. Eu e a secretária limpamos os banheiros, a cozinha e o refeitório, porque não temos condições de receber nossos alunos e colegas nesta situação”, contou o diretor.

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Na Escola Municipal Carlos Alberto Marques, no Bairro São Pedro, Cidade Alta, a direção comunicou que a instituição também estava sem profissionais de limpeza, e que a sujeira do local estava prejudicando a organização e o funcionamento escolar. Segundo a instituição, a Secretaria de Educação teria orientado ainda que, caso tais profissionais não pudessem ser pagos, as escolas “chamassem pessoas da comunidade” para colaborarem com a limpeza.

No pátio da Escola Municipal Antônio Faustino da Silva pôde ser vista muita sujeira  (Foto: Jésus Andrade)

Entretanto, para a diretora da escola, Alexsandra Zanetti, “colocar qualquer pessoa” dentro do colégio é uma situação arriscada e que exige responsabilidade. “Me sinto mal de ver a escolas sujas e de ter que trazer uma pessoa desconhecida para trabalhar aqui e, ainda, em situação precária, pagando apenas R$ 50. É complicado começar um semestre com essa desorganização, mas conseguimos a compreensão dos pais”, afirma.

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