Ícone do site Tribuna de Minas

Mulheres protagonizam campanha pela visibilidade lésbica na UFJF

lesbicas capa
PUBLICIDADE

 

Projeto é uma parceria do Flores Raras com o Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) da universidade. Foto: Marcelo Ribeiro

Em banners instalados em todo o Campus da UFJF e em um vídeo lançado no site da instituição na noite dessa segunda-feira (31), professoras, estudantes, técnicas-administrativas em educação e funcionárias terceirizadas protagonizam uma campanha que tem como objetivo reforçar na comunidade o sentimento de respeito a todas as mulheres e, especificamente, às mulheres lésbicas, ressaltando sua importância para os diversos setores da universidade. O projeto é uma parceria do Flores Raras com o Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) da universidade.

PUBLICIDADE

“Se a UFJF é uma universidade excelente, destacada nacionalmente e internacionalmente em vários setores, é porque nessa excelência existem corações e mentes de mulheres lésbicas”, diz a professora Daniela Auad, líder do Flores Raras – Grupo de Pesquisa, Educação, Comunicação e Feminismos, e conselheira do Conselho Estadual da Mulher de Minas Gerais.

PUBLICIDADE
<
>

A campanha, de acordo com Daniela, clama não só pelo respeito a todas as mulheres, como também pelo orgulho por todas as mulheres lésbicas. “Tentamos romper com toda a discriminação, com o silenciamento, com a invisibilidade, com o objetivo de fortalecimento de todas as mulheres. Por que em um mundo em que as mulheres lésbicas, as bissexuais e as transexuais são respeitadas, as heterossexuais também são. Quando uma mulher lésbica avança, nenhuma outra mulher retrocede.”

No cronograma da campanha do Flores Raras, estão previstas exibições quinzenais, em agosto, e mensais, a partir de setembro, de filmes do Cine Lésbi. As datas e os horários podem ser acompanhados no site.

PUBLICIDADE

O grupo também está aberto a propostas de diálogo e mesas de debate sobre a temática. “Aguardamos a demanda de formação por meio do contato com a Diaaf e/ou com o Flores Raras, para que possamos encaminhar o debate, o diálogo e a transformação, não só na UFJF, mas também na Zona da Mata e em todo Estado de Minas, uma vez que, como conselheira tenho pautado essas temáticas junto ao Conselho Estadual da Mulher”.

 

PUBLICIDADE

Mulheres lésbicas em todos os lugares

A campanha foi lançada na última semana em uma mesa redonda com participação de docentes, alunas, técnicas-administrativas em educação e terceirizadas, com a temática: “Desafio das Lésbicas na Universidade”. A intenção também é ir às unidades acadêmicas, pró-reitorias e diretorias das faculdades, levando o debate para que as mulheres possam assumir suas orientações sexuais.

Daniela Auad explica que a heterossexualidade presumida das mulheres aumenta o preconceito. “Por isso, é importante falarmos sobre a nossa orientação sexual. Em um mundo no qual ser homossexual, bissexual, ou transsexual ainda é algo pejorativo, é importante que as pessoas visibilizem suas identidades de gênero e suas orientações sexuais também.”

Desse modo, segundo a conselheira, a população LGBT que está espalhada por todos os lugares, que tem formação, capacidade para diferentes cargos, mostra que não vive em um mundo apenas formado por heterossexuais. “Essas pessoas precisam sim falar sobre si, porque, onde se guarda um segredo, existe tabu. O silêncio de uma mulher lésbica aumenta o preconceito sobre todas, inclusive sobre elas mesmas, que acham que com esse silêncio evitam o preconceito. Isso é um engano.”

PUBLICIDADE

Outro campo no qual a visibilidade lésbica precisa ser ampliada é dentro de outras campanhas LGBTs, conforme a professora. “É comum que as campanhas e paradas LGBTs invisibilizem a lesbianidade. Temos muitos homens gays tomando os espaços de poder. Embora a homofobia ainda seja muito forte contra eles, precisamos colocar em pauta o fortalecimento das mulheres no movimento. As mulheres LBT precisam ser empoderadas e fortalecidas”.

No dia 19 de agosto é comemorado o Dia do Orgulho Lésbico, e em 29 de agosto se comemora a Visibilidade Lésbica, lembra a professora Vânia Bara, que também é ouvidora da Diaaf. “É uma maneira de tentar levar toda essa discussão para a sociedade como um todo, mostrando que isso faz parte do cotidiano. O Intuito é promover que, independente da orientação sexual, todas temos nossas lutas. Existem muitas formas de violência contra a mulher lésbica, por isso, precisamos buscar formas de reconhecimento e empoderamento dessas e de todas as mulheres.”

Sair da versão mobile